segunda-feira, 25 de abril de 2011

Para além do que jamais fora dito...

Dentro das palavras, queira crer caro leitor, sempre há um quê que nos fora poupado.

Sim a palavra, antes de se fazer verbo, elaborada e impulsionada pelos comandos cerebrais, pelos estímulos nervosos, pelas cordas vocais, se faz pairar no ar, sorrateiras, despretensiosas ou maldosas, intencionais. Muitas vezes ferozes, outras vezes alegres e ingênuas. Sussurradas pelos amantes. Em alguns momentos arrogantes, prepotentes. Outras vezes deliciosamente dementes. Entrelinhas. 

Dentro das palavras, queira crer, caro leitor, sempre haverá o que ser poupado. Ficou no hiato entre o silêncio e o que não fora dito mas quer sê-lo, o que se ficou por se dizer. O instante do olhar, do cansaço ou da volúpia, da interrupção da fala ou simplesmente a moderação, dos desejos, ponderação, dos olhares. O escondido. 

Dentro das palavras, queira crer, caro leitor, sempre há o que fora roubado e é justamente nas entrelinhas que se escondem os conteúdos mais significantes “para além do que jamais fora dito” e jamais o será, mas que está lá...em um recôndito silencioso eloquentemente gritante. 

Hora aqui, outra aí, a cada segundo, em cada ser humano vivente e ser pensante do mundo... fenômeno da própria existência... na política, na notícia, no lazer, no trabalho, no cotidiano.

 “Para além do que jamais fora dito”. Eu estou aqui para desvelá-lo! Decepar-lhes o véu. 

Sejamos, pois, cúmplices. Além das palavras não ditas.

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