terça-feira, 26 de abril de 2011

"Você tem fôme de quê?" - Copa 2014 pode ser trágica!


Ainda me lembro como se fosse ontem da recente "vitória" do Brasil como sede da Copa de 2014. Políticos de partidos da base do atual governo se alvoroçaram nas telinhas dos horários partidários para declararem que a Copa do Mundo vai  acabar mas o progresso fica, a exemplo do Ministro dos Esportes Orlando Silva (foto) pertencente ao partido PC do B. 

 Será que o progresso fica, realmente? Levantamentos recentes da FIFA e demais dados demonstram que o custo de manutenção de determinados estádios pós Copa de 2014 será extremamente alto, o que inviabiliza a manutenção dos mesmos devido as suas altas custas. Ou será que os municípios sedes destes estádios irão desviar recursos da saúde, educação, moradia e infra-estrutura para manter esses verdadeiros elefantes brancos? Não seria ai a confirmação do que temos denunciado e constatado ao longo dos dias que sucederam a nomeação do Brasil como país vencedor da Copa do Mundo de 2014, fato esse que aconteceu logo após a final da Copa de 2010 em eloqüente discurso do então presidente Luis Inácio Lula da Silva visivelmente embriagado a custas do dinheiro público da nação (vejam vídeos Vídeo1  Vídeo2), nação esta que possui uma das maiores (senão a maior) carga tributária do mundo? 

         Não sou contra a Copa do Mundo, sou ex-atleta e adoro esportes, como a maioria sabe. O que não concordo é com a imensa inversão de valores em ebulição em função da priorização da Copa do Mundo de 2014 aqui no Brasil em detrimento da educação de qualidade, de um sistema de saúde que não deixem pacientes nos corredôres, de uma malha viária decente, de estradas em condições compatíveis com os altos impostos que são pagos em IPVA todo ano etc. etc. etc.

     A Arena Fonte nova segue em obras, obras estas que a meses atrás o jornal "A Tarde" teria divulgado  que estariam sob suspeição do Tribunal de Contas do Estado devido a irregularidades no processo licitatório que elegeu a OAS e a Odebrecht como as vencedoras do “certame”. Estas construtoras receberão pagamento do Estado anos e mais anos após a finalização das obras aqui na Bahia e eu me pergunto: O que isso vai acrescentar à Educação? As universidades estaduais baianas atualmente em greve? Ao povo baiano como um todo? Será que realmente vale a pena? Os professores das universidades estaduais baianas por exemplo estão em greve e uma dos motivos foi a portaria do governo declarando que não haveria investimentos até 2015 e corte no orçamento das universidades estaduais baianas. Não seria aí, uma incoerência?



Dados do IPEA recentes vêm denunciando as condições caóticas em que se encontram os aeroportos e estádios brasileiros no que se refere à Copa de 2014. Vejamos com relação aos aeroportos:  Se já não bastassem as condições em que se encontram para os próprios usuários brasileiros, o que não será quando com um contingente muito maior (acredito que pelo menos 3 ou 4 vezes maior de passageiros) do que temos hoje, vindos de todas as partes do mundo,  afim de acompanharem aqui ao espetáculo da Copa?

Já há muito tempo atrás no longo governo anterior, co-irmão deste atual, que os especialistas vêm apontando para a necessidade de fazer concessões dos aeroportos à iniciativa privada como uma das únicas alternativas capazes e viáveis para resolver o grande inchaço aéreo pelo qual vêm sendo acometido o espaço aéreo e os aeroportos nacionais. Some-se aí é verdade fatores como a estabilidade da economia e a diminuição dos preços das passagens, mas a estrutura e o incremento do setor não deveriam crescer de forma peripassa a esse desenvolvimento? Não sou a favor nem contra a privatização muito menos quero discutir aqui o mérito. Sou a favor de que as coisas funcionem corretamente. E essa situação não vem de hoje. Nada foi feito! O que vai ser feito?

O presidente da FIFA por sua vez declarou há meses atrás seu receio de que, na atual conjuntura em que se encontram as obras nos estádios, a realização da Copa das Confederações nos mesmos estaria seriamente comprometida.

Espero sinceramente estar errado. Espero sinceramente que todos prognósticos pessimistas como o meu sejam contrariados pelo cumprimento dos prazos nas construções e condições de infra-estrutura e pela normalização dos aeroportos.

Duvido muito! 

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