Por: Sandra Maria Marinho Siqueira
Professora da Faced/Ufba
Militante marxista.
Todos sabem da batalha travada pelo Laboratório de Estudos e Pesquisas Marxistas (LEMARX), da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia (FACED/UFBA) para ser reconhecido e poder disseminar as idéias marxistas. Na época que entramos com pedido de reconhecimento do grupo, criaram-se todos os obstáculos possíveis e exigências burocráticas, que jamais foram impostas a qualquer outra concepção teórico-política ou a qualquer outro grupo. Mesmo assim, depois de uma campanha e de muita luta, conseguimos passar o reconhecimento.
Desde então o Lemarx teve de travar outras tantas batalhas contra o conservadorismo e os obstáculos burocrátivos impostos às suas atividades. Entranto, nossa relação com os movimentos sociais, com estudantes, professores e trabalhadores tornou-se um fato irresistível para a Faced/Ufba, de modo que tiveram de aceitar contra a vontade a presença do grupo na Faculdade. A cada semestre, o número de pessoas que procuram os cursos de Introdução ao Marxismo, de Introdução crítica à Economia Política, das Obras Escolhidas de Marx e Engels e o Grupo de Educação e Marxismo é cada vez maior.
No último dia 7 de Novembro do ano em curso, dois membros da Congregação da Faculdade de Educação questionaram novamente as atividades do Lemarx e desta vez incluíram também as atividades da Prof. Maria Cecília de Paula e da Prof. Nair Casagrande, também militantes e que desenvolvem atividades ligadas aos explorados do campo e da cidade. O fato das três professores terem atuação nos movimentos sociais e uma postura crítica frente ao conhecimento e à atividade docente é de fato a motivação do questionamento de suas atividades. Querem impor impeditivos à atuação autônoma destas professoras e cercear a sua liberdade de expressão.
Não aceitaremos e lutaremos até as últimas consequências para que os tais questionamentos sejam rechados, com o apoio dos movimentos sociais, dos marxistas e docentes, dos cursistas e demais estudantes, para que seja garantida às docentes a liberdade de expressão, a autonomia e o respeito às suas atividades. O que se quer com tais questionamentos é impedir que continuem atuando com autonomia e compromisso de classe no espaço da Faculdade de Educação, nem que para isso tenham de violentar o próprio direito burguês.
Nesse sentido, será realizada uma reunião da Congregação no dia 5 de dezembro, às 14 horas, na Faculdade de Educação para pautar esse questionamento acerca das atividades. Para tanto, solicitamos que aqueles que poderem comparecer a reunião para apoiar a relevância dos cursos do Lemarx e reforçar a necessidade de expressão na universidade.
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