"COMPANHEIROS, ALUNOS E AMIGOS - ESTOU VIVENDO UM PESADELO!!"
Estou repassando esse relato abaixo de uma professora, procurando preservar a forma com a mesma escreveu, de forma emocionada. Peço aos leitores que perdoem a escrita corrente pois foi feita em tons de desabafo e de estado emocional notadamente abalado. Cabe aos senhores atentar, mais uma vez, quanto aos métodos autoritários e cerceadores da liberdade com os quais se utilizam o governo do estado e a secretaria estadual da educação nesta greve que completa hoje 90 dias. Queremos aqui manifestar nosso total apoio à professora submetida a assédio moral.
Na manhã do dia 26/06 (terça-feira) quando acordei e sai de casa pra
trabalhar, nem imaginava que teria um dos piores dias da minha vida!!!
Sou professora com 20hs de REDA e 20hs efetiva em estágio probatório no
Estado, fui uma das "convocadas" a dar aulas no projeto emergencial do
governo de retorno às aulas do 3º ano e tive como outros colegas, que
começar a dar estas aulas no dia 25(segunda-feira) no Colégio Davi
Mendes. Fiz até o relato da minha experiência deste primeiro dia de
funcionamento do projeto e postei no facebook, como forma de desabafo.
No 2º dia, 26, pela manhã, após sair da segunda turma, por volta das
10hs da manhã, estava na sala dos professores junto com outros colegas
de várias disciplinas, quando entrou uma senhora a serviço da SEC, que
estava "fiscalizando" as escolas pólos, e perguntou qual disciplina cada
um ali ensinava...eu e outra colega respondemos História. Fomos então
"convidadas" as duas a sair com esta pessoa pra ter uma conversa a
parte...simplismente eu e minha colega não sabíamos do que se tratava,
mas a acompanhamos. chegando na sala, vazia, ela fechou a porta e
começou a nos fazer perguntas: se havíamos recebido o "material" da
matéria pra dar aula e se estávamos dando aulas...quando eu tentei
explicar, sem maldade, que havia estado com alunos que não conhecia e
então estava tendo uma conversa prévia com eles, fui interrompida, com
estupidez e esta senhora começou a me dizer vários absurdos, de forma
bem grossa, e em alguns momentos até aos berros... Me falou que os
alunos foram até ela me "denunciar" que eu não estava dando aulas e que
estava falando sobre a greve na sala... começou a "salientar" de que eu
havia sido convocada, que estava ali pra trabalhar e não fazer greve ou
falar disso com os alunos... frisou que sabia que eu era reda e
probatório e de que minha situação era frágil, que eu tinha que fazer o
trabalho para o qual eu fui designada...
Num certo momento, pedi a
palavra , pra me explicar, contra-argumentar. Falei, já começando a
ficar abalada emocionalmente, que eu não estava entendendo o porque
daquela abordagem, falei que estava me sentindo constragida e
desrespeitada, tentei falar mais, porém, ela não deixou....
Mais uma
vez, me interrompeu, aos berros, fazendo pouco caso do fato de eu já
estar chorando (eu já me encontava depreciva naquele dia), disse que não
havia contrangimento nenhum, que eu não estava ali obrigada, e que se
eu estava descontente, fosse embora e arcasse com as
consequências...usou de um discursso bem ameaçador, de que ou eu
trabalhava ou teria consequencias... tentei ainda argumentar, mas, a
pessoa se levantou e lembro-me bem que sua última fala foi que sabia
dos meus dados profissionais (numeros de metricula) e de que eu ia
ver... estou resumindo a "conversa", mas foi longa...
Ela se foi,
segundo o pessoal da escola pediu meus dados e levou com ela, dando
claras intenções de me prejudicar...permaneci na sala aos prantos, sem
acreditar no que havia acabado de passar, eu já estava abalada
emocionalmente havia dias, por conta desta tensão da greve, etc, até
desabafei isto aqui no face várias vezes, mas este episódio foi a gota
que faltava pra desencadear em mim uma forte crise emocional. fiquei
cerca de meia hora na sala , na mesma posição, chorando
compulsoriamente, lamentando o dia que me tornei professora, toda a
dedicação que tive pra isso, sou licenciada, especialista e mestra, pra
ao final de tudo, já não bastasse tudo que já havia acontecido com a
categoria até aquele momento, eu ainda ser vítma de constragimento,
abuso de poder e ameaça de perder meu emprego, os dois cadastros. não
tenho "costas quentes", não tenho outra fonte de renda, estou tentando
me estabilizar na vida pessoal e profissional, mas este (contando com o
trato dado pelo governo à categoria), foi um golpe duro demais!!! Não há
uma palavra pra definr o que foi isso... me senti "um lixo" como pessoa
e como profissional, me senti nos porões da ditadura, sendo interrogada
e coagida... me senti num campo de concentração, sob a "máxima" de ou
trabalha ou "morre" (lembrando que muitos morreram mesmo trabalhando),
enfim, não sei mesmo descrever com precisão O QUE FOI / O QUE É ISSO QUE
ESTÁ ACONTECENDO COM A EDUCAÇÃO, NAS ESCOLA PÓLOS DESTE PROJETO E COM
MEUS COMPANHEIROS ESPALHADOS POR AÍ ,AINDA TRABALHANDO NESTAS
CONDIÇÕES!!!
Parece que eu fui escolhida pra ser "bode espiatório",
deste sistema, ou quem sabe, exemplo do que está ocorrendo nos
bastidores desta solução do governo...
depois que tomei conhecimento
de que a mesma pessoa já havia "aprontado" outras coisas na escola,
antes de falar comigo, o sindicato tomou conhecimento disto e do meu
caso, me ofereceram suporte e orientação jurídica, fui levada a prestar
queixa, contra o constragimento sofrido e tentar tomar precauções contra
a possivel exoneração, retaliações, etc.neste mesmo dia, acabei dando
entrevista pra duas emissoras de tv, eu não queria me expor, mas não
teve jeito...terminei o dia na emergência de uma clinica na pituba, onde
fui receitada com remédio tarja preta e obtive atestado para não
trabalhar nos próximos dias, dado o meu estado físico e emocional.
De terça pra cá, quase não tenho dormido, tenho tido dias de angustia e
de incerteza, sobre o hoje e o amanhã... minha mãe ficou horrorizada, em
estado de choque, quando contei. muitos me dizem que eu fiz errado, que
eu deveria ter me calado diante do constragimento, acatado as "ordens" ,
não ter tentado argumentar e voltar pra sala, pra não sofrer
consequencias... outros me dizem que fui corajosa, mas a partir de agora
eu terei consequencias...
O que eu sei é que como pessoa e como
profissional de História, não posso me calar diante das injustiças, de
meus opressores, não posso, e não fiz, mesmo sabendo que sofreria as
consequências, achar isso normal, abaixar a cabeça e voltar à sala de
aula naquele momento soluçando de chorar!!! minha natureza jamais
deixaria isso!!!
POR FAVOR COLEGAS DE ENSINO, ALUNOS E AMIGOS,
DIVULGUEM MEU TEXTO, EU NÃO SEI O QUE ME ACONTECERÁ, EU NÃO SOU MELHOR
DO QUE NINGUÉM, MAS QUERO QUE MINHA HISTÓRIA SIRVA DE EXEMPLO DE LUTA,
DE RESISTÊNCIA E COM FÉ EM DEUS, DE SUPERAÇÃO!!!! OBRIGADO PELO APOIO
QUE TENHO RECEBIDO.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui sua opinião!