"Como é perigoso libertar um povo que prefere a escravidão!"
Nicolau Maquiavel
Analisando as circunstâncias por que passaram as jovens que denunciaram os integrantes da banda "New Hit" chego a conclusão do quão complexo são os dias de hoje, já aqui estabelecendo um ponto de apoio, um referencial de lucidez, pra não sair boiando, levado por esta tempestade toda que dão o nome de modernidade.
Primeiro: Por que duas adolescentes, uma delas virgem segundo o laudo da perícia da polícia civil, entraram no interior do onibus da banda e o que achavam que iam encontrar dentro do mesmo, banda essa que - e aqui vão me crucificar - possui qualidade duvidosa, letras compostas com palavras de baixo calão que degradam e denigrem a imagem da mulher, fazem alusão ao sexo livre e potencialmente usuários de drogas pela apologia que fazem em suas letras, possivelmente alcoolizados, ao final de um show?
Não quero aqui transparecer que estou isentando os músicos de terem cometido crime ao meu ver hediondo do qual são acusados e se comprovado, como se comprovou os exames iniciais à partir da coleta de sémem nas roupas das adolescentes e no ambiente do ônibus, até se fazer o exame de DNA e se descobrir de que Falo saiu o esperma é, digamos assim, um "tapa" Se é que, entre tantos, se possa reconhecer tal autoria.
Não quero aqui transparecer que estou isentando os músicos de terem cometido crime ao meu ver hediondo do qual são acusados e se comprovado, como se comprovou os exames iniciais à partir da coleta de sémem nas roupas das adolescentes e no ambiente do ônibus, até se fazer o exame de DNA e se descobrir de que Falo saiu o esperma é, digamos assim, um "tapa" Se é que, entre tantos, se possa reconhecer tal autoria.
O que eu quero dizer é que tomadas pelo rompante dos dias de hoje, onde se fala do surgimento dessa nova personagem, a "piriguete" somos surprendidos por adolescentes extasiadas, aos gritos, inebriadas, que se atiram a estes novos artistas da musica baiana, se é que se pode chamar esse gosto musical de arte, muitas delas se oferecendo literalmente, a fim de poderem usufruir da atenção dos seus idolos, ou algo mais que puramente a atenção destes.
Onde
se esconde nossa hipocrisia? Sou também professor da rede publica
estadual e em várias escolas já testemunhei histórias a
respeito de uma prática que vem se tornando corriqueira entre os adolescentes no interior das escolas, o sexo grupal, onde um
aluno fica na frente da porta da sala de aula e outros, cerca de quatro,
cinco ou mais investem em série contra uma unica menina, quando não
duas. E ainda filmam e se deixam filmar. Coincidentemente são os mesmos amantes
desse padrão musical que se instaurou na Bahia. Denunciar? Pra quê?
Instalar máquinas de camisinhas nas escolas pertencentes a rede de ensino básica, para uns, é solução. Pra mim não. Não quero dizer também que as adolescentes não tenham o direito de exercer sua sexualidade ou beleza, usar shortinhos, saias curtas por risco de serem estupradas, como tem sido. Não é isso. O que lamento é que elas tenham sido e, o que é pior, rotineiramente, cotidianamente. Não imputo a culpa a elas. Imputo a culpa a nossa bestial hipocrisia.
Espero que a justiça seja feita. Lamento profundamente que situações como estas ocorram na nossa sociedade, mas não podemos perder a oportunidade de, a partir deste componente entendido como um conteúdo emergente, discutir junto com as intituições e o Estado, à respeito da existência desse tipo de "banda de pagode", do perfil da "piriguete", das letras que esse tipo de música trás consigo, da apologia que fazem, tudo isso, para que não sejam nossas consciências estupradas, mais ainda.
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