Por Reinaldo Azevedo
Se,
na próxima eleição, um petista, um aliado ou um adversário forem
flagrados fabricando falsos dossiês, grampeando telefones, manipulando
caixa dois, nada a estranhar. Eles poderão dizer: “Que é isso, gente?
Estou apenas ‘fazendo o diabo’, como disse Dilma Roussseff, a pensadora
da democracia”.
Os nossos
sensores — os do país e os da imprensa em particular — para as práticas e
as falas que ofendem a ordem democrática estão prejudicados. É evidente
que a declaração da presidente é grave. A um só tempo, significa uma
confissão e um convite. Mas foi tratada como coisa corriqueira.
Imaginem o
que significa “fazer o diabo” no Brasil profundo, lá onde chega a
reprodução da notícia, mas onde não se produz notícia — e o “diabo”
permanece oculto sob o manto do quem pode mais.
Quando o
governo federal, diga-se, financia, por meio de estatais e da
administração direta, uma súcia de difamadores e pistoleiros para atacar
a oposição e a imprensa independente, está apenas “fazendo o diabo”,
mesmo fora do processo eleitoral.
Quem “faz o diabo” para se eleger “faz o diabo” para formar a base de apoio e “faz o diabo” para governar.
Fico cá
pensando na queda, em 1994, do ministro Rubens Ricupero, então ministro
da Fazenda. Quem liderou a campanha foi o PT, partido de Dilma Rousseff,
aquela que admite “fazer o diabo”.
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