quinta-feira, 25 de abril de 2013

Copa do Mundo 2014 - pacotes promocionais irão custar de 590 dólares a 4130 dólares!!!

Não se engane! Uma construção faraônica com preços exorbitantes não foi feito para ser desfrutado pelo torcedor comum. Agora a elite é que tomará conta dos assentos dos palcos desportivos construídos para a Copa do Mundo. A Fifa, através de seu site oficial, começou, na segunda-feira (22/04), a venda dos ingressos para a Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil. Empresa que patrocina a competição, a Visa disponibilizou para seus clientes de cartões de crédito pacotes promocionais que irão custar de 590 dólares a 4130 dólares. Leia mais aqui.

Então eu pergunto para meu leitor quem hoje no Brasil terá condições de dispor em média de R$ 1.180,00 a R$ 8.260,00 para assistir a alguns jogos? O público elitizado a que se destinam palcos como o da Nova Arena Fonte Nova quer espetáculo em troca do ingresso caro. "Torcer não é com esse pessoal" como lí de um torcedor.

É nesse cenário de distorções e de contradições que eu me lembrei de uma música interpretada por diversos cantores mas que eu gosto mesmo quando cantada pelo Zé Ramalho, que diz assim:




 CIDADÃO

"Tá vendo aquele edifício moço
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição, era quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado
"Tu tá aí admirado ou tá querendo roubar"
Meu domingo tá perdido, vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio que eu ajudei a fazer
Tá vendo aquele colégio moço
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Fiz a massa, pus cimento, ajudei a rebocar
Minha filha inocente veio pra mim toda contente
"Pai vou me matricular"
Mas me diz um cidadão:
"Criança de pé no chão aqui não pode estudar"
Essa dor doeu mais forte
Porque que é qu'eu deixei o norte
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava, mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a colher
Tá vendo aquela igreja moço, onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo, enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também
Lá foi que valeu a pena, tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que Cristo me disse:
"Rapaz deixe de tolice, não se deixe amedrontar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra, não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas e na maioria das casas
Eu também não posso entrar"

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