segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Feliz Natal

Já que as pessoas gostam de terminar o ano com mensagens, registrarei a minha. Quando um ano termina encaminha-se para o seu final e o novo ano se aproxima é comum que olhemos para a história vivida e pensemos sobre a história que está por ser feita. E isso nos leva a pensarmos sobre o que temos sido e o que poderemos ser. Nesse sentido, gostaria de terminar o ano de 2013 reafirmando que SOU COMUNISTA. O que isso significa para mim? Em primeiro lugar que acredito na capacidade do gênero humano tomar coletivamente em suas mãos a direção da sociedade. Na atualidade essa direção é decidida em função dos interesses econômicos, ou melhor, os interesses do capital. Não existe nenhum deus a decidir sobre os rumos do universo e sobre os destinos da humanidade. São os próprios seres humanos que aceitam diariamente se submeter ao domínio do capital. Isso pode mudar. Mas quando penso em comunismo, não tenho em vista nenhuma das tentativas de construção do socialismo que ocorreram no século XX, a despeito da importância que tenha aprender com os sucessos e os fracassos dessas tentativas. Minha referência para pensar o comunismo são as possibilidades concretas que existem na própria sociedade capitalista mas que essa mesma sociedade impede que se efetivem. Existe a possibilidade de nenhum ser humano passar fome. Existe a possibilidade de todos os seres humanos terem moradia digna, transporte digno, saúde digna e educação nos mais altos níveis da produção cultural existente. Existe a possibilidade da humanidade se relacionar de forma não destrutiva com a natureza. Existe a possibilidade de cada indivíduo se realizar plenamente por meio da atividade que escolher livremente para ser a principal atividade de sua vida. Existe a possibilidade das relações humanas terem valor por si mesmas e não serem meios para as pessoas alcançarem finalidades egoístas. Existe possibilidade das pessoas se tornarem indivíduos plenos de conteúdo humano e deixarem sua marca individual no mundo e não serem valorizadas pelo dinheiro que possuam. Existe a possibilidade da vida humana fazer sentido sem que as pessoas precisem acreditar em outra vida. Existe a possibilidade de sermos felizes simplesmente porque amamos e somos amados. Simplesmente porque somos humanos. A concretização dessas possibilidades que são reais coloca à humanidade o desafio de se libertar das ilusões produzidas pela sociedade capitalista e se libertar da sociedade capitalista que, para continuar a existir, precisa alimentar todo tipo de ilusões.

Professor Newton Duarte é Doutor em Educação

Nascido na cidade de São Paulo em 1961, graduou-se em Pedagogia pela Universidade Federal de São Carlos em 1985 e obteve o título de Mestre em Educação pela mesma universidade em 1987. Defendeu sua tese de doutorado na Faculdade de Educação da UNICAMP, em 1992. Desde 1988 é docente da UNESP e leciona no campus de Araraquara. Nesta universidade obteve, em 1999, por meio de concurso público, o título de Livre-Docente em psicologia da educação e em 2009, também por meio de concurso público, foi nomeado para o cargo de Professor Titular. É bolsista de produtividade em pesquisa pelo CNPq desde 1993. De agosto de 2003 a junho de 2004 realizou pós-doutorado na Universidade de Toronto, Canadá, com bolsa da CAPES. Recebeu bolsa de Estágio Sênior pela mesma instituição para desenvolver pesquisa de agosto de 2011 a julho de 2012, como Visiting Research Fellow na Universidade de Sussex, Inglaterra. Coordena o grupo de pesquisa Estudos Marxistas em Educação que conta com pesquisadores de várias universidades brasileiras. É autor de livros, capítulos de livros e artigos, publicados no Brasil e no exterior. Entre seus trabalhos destacam-se os livros: A Indvidualidade Para-Si (1993), Educação Escolar, Teoria do Cotidiano e a Escola de Vigotski (1996), Vigotski e o Aprender a Aprender: crítica às apropriações neoliberais e pós-modernas da teoria vigotskiana (2000); Sociedade do Conhecimento ou Sociedade das Ilusões? (2003); Crítica ao Fetichismo da Individualidade (2004); Critical Perspectives on Activity: Explorations across Education, Work and Everyday Life (2006) co-editada com Peter Sawchuk e Mohamed Elhammoumi; Arte, Conhecimento e Paixão na Formação Humana: Sete Ensaios de Pedagogia Histórico-Crítica (2010) em coautoria com Sandra Della Fonte; A Pedagogia Histórico-Crítica e a Luta de Classes na Educação Escolar(2012) em coautoria com Dermeval Saviani. Seus atuais projetos de pesquisa são: 1) Arte e formação humana em Lukács e Vigotski 2) A perspectiva marxista em educação e as pedagogias contemporâneas

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