Recado de Marco Prisco à tropa? Quem garante isso?

Na greve de 2012 a imprensa manipulou uma gravação que foi interceptada no celular do Marco Prisco e uma vez editada essa gravação parecia dizer conter orientações por parte do líder dos grevistas com relação a ordenar atos de violência e de vandalismo na capital baiana. Tão forte fora o impacto da edição e manipulação da fala do soldado Prisco que a exposição da mesma gravação à população enfraqueceu o apoio por parte da mesma ao movimento paredista.

Pois bem! 

Tão logo houve a prisão do  vereador Marco Prisco (PSDB), um dos  principais líderes da greve da Polícia Militar na Bahia, um bombardeio de informações começaram a circular nas redes sociais. Uma delas daria conta de um recado que teria sido dado pelo Prisco onde o mesmo teria orientado os membros de sua associação a não retomar a paralisação em protesto contra a detenção, de acordo com informações publicadas pela Folha, na noite desta sexta-feira (18). 

Quem prova que esta informação teria partido realmente do Prisco? Tal comportamento não corresponde a outro relatado por uma série de outras paginas como o site "Bocão News" e do "Sistema é Bruto" assim como uma série de outros deles de circulação aqui na Bahia que dão conta de que os policiais já se encontram inclusive aquartelados. Dessa forma, percebe-se um interesse em manipular as informações a fim de que não se propague que a greve realmente voltou e é um fato.

Um outro dado interessante é a busca pelo entendimento dos motivos que levaram a Policia Federal a cumprir um mandado nesta sexta-feira santa, logo após ao final da greve da PM, referente a crimes que o soldado e atual vereador Prisco teria cometido na greve de 2012. Fala-se que o referido mandado já expirou, o soldado Prisco possui residência fixa em Salvador e que não haveria necessidade de ter sido abordado e preso da forma como foi.

Com todo o respeito ao comando geral da Policia Militar, só um tolo acreditaria que não existem relações entre a prisão ostensiva do soldado e vereador Prisco e o fim da última greve, logo, as declarações tanto da Secretaria de Segurança Publica da Bahia quanto do Comando da Polícia Militar do Estado se eximindo de responsabilidades com relação a referida prisão, é balela. Se esquivam para saírem ilesos, mas o fato é que instâncias superiores, manipuladas e articuladas via governo federal, permitiram a prisão de Prisco sem que o governo do Estado se envolvesse, ou se expusesse.  

Por que o Ministério Público não intervém junto ao não cumprimento por parte do governo de ganhos judiciais conseguidos pela classe dos policiais, a saber, sua associação (ASPRA) e que o governo atuando na ilegalidade não os cumpre? Por que o ministério público também não intervém com relação a denúncias de projetos que querem tirar ganhos históricos conseguidos pela classe trabalhadora dos policiais militares como o auxílio alimentação? E por fim, por que o ministério público do Estado da Bahia não intervém com relação ao não cumprimento por parte do governo do Estado de acordos feitos na greve de 2012?

Por isso, segundo autoridades ouvidas pelo Blog, a prisão de Prisco é classificada como “didática” e “pedagógica”. “Policial militar não faz greve: o que aconteceu na Bahia foi uma insurreição, um motim”, resumiu uma autoridade federal. Segundo essa fonte, a ação imediata do governador Jaques Wagner (PT-BA) para esvaziar essa greve ajudou a conter que o movimento ganhasse uma dimensão nacional, com potencial explosivo em outros estados.

Qual a intenção de manipulação das informações? Enfraquecer o movimento. Desconstruir o terror gerado por 52 mortes em 40horas de greve só ca capital, sem falar nos prejuízos do comércio, empresas de ônibus, setores de serviços, hospitais e para economia como um todo. 

Procurado pelo Blog, o governador Jaques Wagner disse que a prisão de Prisco foi um pedido do MPF e uma decisão da Justiça Federal. “O governo acolhe a decisão da Justiça federal”, ressaltou Wagner, tirando o dele da "reta". 

Longe de ter um sindicato cooptado como é o sindicato dos professores da rede estadual de ensino que realizou um acordo mentiroso que a firmou que os professores teriam tido um aumento de 14% quando na verdade foi de apenas 3,7% agora em 2014, a ASPRA representa os anseios da classe trabalhadora dos policiais militares de maneira a resguardar a integridade e a autoestima de heróis como os policiais militares em um dos estados que guarda em suas estatísticas feitas em pesquisas seguidas com os piores indices de violência do pais.