Estão criando uma celeuma em torno das declarações do professor da universidade do Espírito Santo... O mesmo disse em sala de aula que preferiria ser atendido por um médico branco a um negro, se referindo a políticas de cotas.
Eu também!
Sociólogo que é, foi mal interpretado. A invisibilidade do visível "deleuzeana" (de Deleuze) está contida nas suas palavras.
Eu também!
Sociólogo que é, foi mal interpretado. A invisibilidade do visível "deleuzeana" (de Deleuze) está contida nas suas palavras.
Não me formei em medicina mas só eu sei o que eu passei depois que eu entrei no ensino superior. E olha que eu não precisei de cotas muito menos de ENEM ou essas parafernálias todas de hoje. Lembro que a primeira vez que eu passei no vestibular, pela FUVEST quando ainda morava em São Paulo, minha classificação na primeira fase pela nota de corte me classificaria para a segunda fase se eu tivesse optado por medicina. E sempre estudei em escola pública! Muito depois, voltando a Bahia, adentrei via vestibular na universidade e foi via universidade pública, onde os custos e o nível de renda é mais "heterogêneo", para não dizer democrático digamos assim. Pra esclarecer o que eu estou dizendo tem escola particular aqui onde ensino fundamental o aluno paga o preço do custo de uma faculdade particular de Direito.
Sim, eu já li "Casa Grande e Senzala" todo e posso lhe garantir que ele goteja racismo! Ou pelo menos a história do mesmo. Não e tão somente nas suas gravuras mas nas expressões. A maior discriminação é deixar os alunos de escolas públicas o ano inteiro sem professor de matemática, de física, de química ou de português como ocorre no ensino público aqui na Bahia. E me refiro a professores com formação nessas áreas e não tapa buracos. Hoje há uma defasagem, segundo estudos, de mais de 100 mil professores dentro da escola pública, só na Bahia de Rui Barbosa. Imagine? Contra esses dados ninguém fica indignado? Ou a falta de abertura de concursos?
Mas andar de helicóptero todo o dia o governador da Bahia pode!
Quem já fez "balanço estequiométrico" sabe que você não pode ter uma boa formação em química sem ter um professor, um bom professor na área. Eu só aprendi a fazer balanço estequiométrico em cursinho. Assim como resolver equações usando "Matrizes".
Sou professor de escola pública! Sei do que falo! Professor perseguido por este governo que aqui está que não me concede minha alteração de carga horária por que eu sou contra ele!
Mas andar de helicóptero todo o dia o governador da Bahia pode!
Quem já fez "balanço estequiométrico" sabe que você não pode ter uma boa formação em química sem ter um professor, um bom professor na área. Eu só aprendi a fazer balanço estequiométrico em cursinho. Assim como resolver equações usando "Matrizes".
Sou professor de escola pública! Sei do que falo! Professor perseguido por este governo que aqui está que não me concede minha alteração de carga horária por que eu sou contra ele!
As pessoas falam da políticas de cotas mas não refletem sobre o alto teor discriminatório
existentes nelas. Pra não dizerem que estou sendo oportunista em função
de um assunto emergente, há anos e mesmo no período universitário era
contrário a tais políticas. Primeiro que não adianta inserir o negro na universidade apenas. O diabo as vezes é se manter lá dentro. Quantos negros você vê se formar em cursos de medicina? Poucos né? Há exceções, mas ainda são poucos! Morando aqui mesmo na cidade, sem pagar aluguel, mesmo cursando uma universidade pública, houveram dias que eu tinha que optar entre usar o dinheiro para tirar xerox ou para ir para casa de ônibus. Nem preciso dizer que, para o assombro de muitos, por várias vezes optei por tirar xerox. Veja bem, tirar xerox, por que comprar o livro, nem pensar.
Imagine um curso como medicina? Sabem quantos vestibulares eu prestei pra medicina? Onde além de estudar muito você precisa comprar alguns insumos (livros), ferramentas (estetoscópio) etc, acessórios que muitas das universidades públicas não fornecem? Um amigo meu de infância que fez veterinária na UFBA me conta que o mesmo corpo (cadáver) usado para estudos para TODAS os cursos de área médica está no formol há anos e era um só. Fez o curso todo morando na residência universitária e me dizia entre outras coisas que não era incomum colegas de residência bater na porta de seu quarto altas horas pedindo um pouco de açúcar para misturar a um copo de água para tomar a única "alimentação" do dia. E o jaleco? Que ele mesmo me disse usar, lavar o sujo usado o dia inteiro e colocar atrás da geladeira para no dia seguinte usar de novo? E esse meu amigo não é negro, muito menos o pedinte não era. Imagine os que eram e são? Já teriam desistido ao certo.
As contradições pontuais existentes na formação e nas condições de vida as quais muitos economistas de forma graciosa chamam de "agenda" dos negros aqui no Brasil refletem sim diretamente em sua formação. Um estudante submetido a uma formação medíocre, deficiente, vai sim ser um profissional medíocre e deficiente. E o negro estudante de medicina não está à parte disso. O que precisa de perguntar não é se o negro teve acesso a universidade pelas cotas mas sim que tipo de formação ele teve ao longo de sua formação escolar no ensino básico. Aí eu pergunto: qual é o tipo de escola pública que temos? Aqui na Bahia bate-se recordes de analfabetismo. Tenho alunos que sequer conseguem entender o que eles mesmo escrevem.
Pelo amor de Deus, chega de hipocrisia! Quem é negro e pobre como eu sabe a dificuldade que é fazer um curso superior estudando a vida inteira em escola pública. Eu não quero cotas, quero investimento no ensino básico. Como política de Estado e não de governos mentirosos, oportunistas como os que aí estão a mais de anos. Cotas para negros para mim é e sempre será coisa de racista! Eu acredito que os negros já demonstraram que não precisam de cotas para entrar na universidade. Precisamos de respeito, de oportunidades e de qualidade d vida, que perpassa pela melhoria da renda e da estrutura familiar.
O que precisa melhorar é a educação e o que precisa diminuir é a hipocrisia!
E fim de conversa!
E fim de conversa!
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