sexta-feira, 1 de maio de 2015

As sete pedras preciosas


  
Um sábio estava bem velho e sentiu que iria morrer em breve. Por isso, chamou seu discípulo e disse que lhe daria o seu maior patrimônio, que consistia em sete diamantes muito raros e muito valiosos no mundo. O discípulo ficou radiante, pois se tornaria um homem muito rico.


O sábio então pegou sete pedras e entregou todas ao seu discípulo. O discípulo observou as pedras e viu que se tratavam de pedras comuns e não de diamantes. O sábio disse:



– Preste atenção no que vou te dizer, pois essas pedras que te entregarei são muito mais valiosas do que diamantes, pois os diamantes te concedem bens terrenos, que são passageiros, mas as sete pedras preciosas da sabedoria não podem jamais perecer ou morrer.


A primeira pedra preciosa é a coragem. Sem coragem, você nada conseguirá fazer neste mundo. A coragem é o motor de todas as realizações, até mesmo da realização espiritual. A coragem impede que o ser humano fique estagnado e preso, pois ela sempre nos permite ir além sem medo. O medo nos paralisa e nada é conquistado.




A segunda pedra preciosa é o respeito. O mesmo respeito que você deseja que outras pessoas tenham com você, tem também para com elas. Sem respeito é pré-requisito fundamental para o bem viver; é a base de qualquer tipo de relacionamento e convivência entre as pessoas. Respeite para ser respeitado. Mesmo que o outro não te respeite, respeite-o mesmo assim.


A terceira pedra preciosa é a compaixão. Não acredite naqueles que afirmam ser a compaixão uma virtude dos fracos. Todo ser compassivo é forte por natureza, pois a compaixão nos permite colocar-se no lugar do outro, deixando momentaneamente nossa visão limitada, e entrando no mundo de alguém. A compaixão nos propicia dar de nós mesmos, sem que percamos aquilo que demos. Quem dá amor, aumenta seu amor, quem transmite paz, aumenta sua paz. Compaixão é desprendimento e força interior.




A quarta pedra preciosa é a fé. Aqui não falo de fé cega, de obediência subserviente, de submissão por medo de guiar a própria vida. Fé é entregar-se ao poder superior com absoluta confiança de que a vida tem um sentido, de que tudo tem um propósito, de que todas as coisas são harmonia e ordem cósmica, de que um ser superior, com vários nomes, jamais nos abandonaria. Fé é certeza naquilo que não se pode ver nem tocar, mas que sentimos como uma chama de vida dentro de nós que serve como farol mesmo na mais aterrorizante escuridão.




A quinta pedra preciosa é a equanimidade. Equanimidade é o equilíbrio diante das oscilações e contrariedades da vida. É a tranquilidade na tempestade e na bonança. É ser jogado pra lá e para cá pelo movimento incessante da vida e não se abalar com isso. Quem atinge a equanimidade não teme mais nada, pois está sereno nos bons e maus momentos. Não se deixa seduzir pela aparente estabilidade de cada instante, e não se verga ao caos que se instala. Ser equânime é cultivar uma força e uma fé inabalável em qualquer situação.


A sexta pedra preciosa é a humildade. Ser humilde é ter consciência de que sabemos muito pouco, que ainda temos muito a aprender e que não somos melhores do que ninguém. Humilde é aquele que venceu seu orgulho, sua vaidade e seu egoísmo. É aquele que não despreza os outros e que sabe que a roda do mundo gira, e se hoje estamos por cima, amanhã podemos estar por baixo e vice versa. Humildade é a consciência dos nossos limites; é a aceitação e a resignação a realidade da vida. Humilde é ser simples, é olhar a vida com respeito e deixar que tudo siga sem tentar barrar o fluxo incessante da existência.


E finalmente, a sétima pedra preciosa. A sétima não poderia ser outra senão o amor. É muito difícil de definir o amor, pois é mais algo que nós sentimos do que algo que podemos explicar. O amor é a união de todas as anteriores, de modo que, aqueles que têm amor, têm todas as outras pedras preciosas. O amor deve ser incondicional, senão não é amor. O amor é puro e claro, não tem preferências, não tem gosto, não visa vantagens, não se queda, não tem interesses nem limites. O amor é o objetivo da vida. Amor não é sentimentalismo barato, não é chororô. Amor é liberdade, ternura, ajuda, tranquilidade, fraternidade e bem.


Cuide bem dessas sete pedras, pois elas não se esvaem com o tempo e permanecerão com você por toda a eternidade…
Autor: Hugo Lapa

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