sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Wagner, GOLPISTA!

Jaques Wagner pediu impeachment contra Itamar Franco e FH

Em discurso, senadores falaram sobre reportagens de jornal da época

 

BRASÍLIA - Irritados com acusações de golpismo em discursos de senadoras governistas indignadas com o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, os senadores Ana Amélia (PP-RS) e Lasier Martins (PDT-RS) foram à tribuna para mostrar registros da época em que o PT e o então deputado Jaques Wagner, hoje o principal articulador do governo para barrar o processo aberto na Câmara, protocolaram pedidos de impeachment contra os ex-presidentes Itamar Franco e o recém-eleito Fernando Henrique Cardoso. Da tribuna, Lasier aproveitou para convocar “o clamor das ruas” a engrossar um movimento pró-impeachment.

A reprodução da manchete de um jornal do dia 30 de junho de 1993 exibida por Lasier Martins no plenário dizia: “PT pede impeachment de Itamar Franco. O deputado federal Jaques Wagner (PT-BA) protocolou ontem, na Presidência da Câmara, um pedido de abertura de processo de impeachment contra o presidente Itamar Franco. Wagner usou como base para fazer o pedido o fato de o ministro-chefe da Casa Civil, Henrique Hargreaves, ter submetido a MP do Plano Real à análise do comando da campanha de Fernando Henrique Cardoso”.

— Tem mais: dia 29 de abril de 1999, pedido de impeachment de Fernando Henrique Cardoso. Quem está nessa foto, visitando Michel Temer, presidente da Câmara dos Deputados? Estão ali Marina Silva, Michel Temer que recebe o pedido; Agnelo Queiroz, José Dirceu, Lula e Miguel Arraes. Pediam o impeachment de Fernando Henrique Cardoso. Por isso, eu digo que, na falta de melhores argumentos, recorre-se ao argumento do golpe. Agora virou argumento de ocasião: dependendo da circunstância, é golpismo — discursou o senador gaúcho .

Também da tribuna, a senadora Ana Amélia também lembrou que o então deputado Tarso Genro (PT-RS) escreveu um artigo publicado na Imprensa com o mote: impeachment já ao Fernando Henrique.
— E Fernando Henrique tinha recém saído das urnas. Nada como um dia depois do outro. Tarso Genro, que Vossa Excelência conhece, foi ministro da Justiça, governou o Rio Grande e escreveu um artigo pedindo impeachment já de Fernando Henrique Cardoso. Não eram golpistas — discursou Ana Amélia.

A senadora gaúcha rebatera discursos das senadoras Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Gleisi Hoffman (PT-PR) e Fátima Bezerra (PT-RN), chamando de golpistas os apoiadores do pedido de impeachment de Dilma.

— Quero dizer que não vamos aceitar, depois de 51 anos, mais um golpe contra a democracia, contra a soberania popular, contra o voto de 55 milhões de eleitores que elegeram Dilma Rousseff, uma mulher que enfrentou os brucutus nos porões da ditadura militar aos 19 anos. Não será agora, na democracia, como Chefe da Nação, que esses inimigos do povo e da democracia irão derrubá-la. Não passarão — discursara Fátima Bezerra antes de Ana Amélia, que rebateu:

— Eu não sou golpista! É lamentável que as pessoas se sucedam na tribuna e não aceitem o debate democrático. Nenhum de nós , muito menos eu , está julgando a figura e a biografia da Presidente da República Dilma Rousseff. Não se trata disso! Trata-se de avaliar, de analisar a representação que chega à Câmara!

— Vamos fazer esse julgamento da forma mais democrática possível. Agora, querer dizer que qualquer coisa aqui é golpe, é golpe, é golpe? eu também, assim como diz Vossa Excelência , não posso aceitar — apoiou o senador Valdemir Moka (PMDB-MS).

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