A gente vai ficando mais velho... há alguns anos um dos meus irmãos
que mora em São Paulo me contou uma história que em um desses momentos
de insights que só a senilidade permite a gente experimentar eu me
lembrei. Não da história toda, que é verídica, mas pelo menos de sua
mensagem embutida. Diz que um amigo dele passou em uma oficina de um
conhecido e nela viu dois galos presos, amarrados nas pernas de um e de
outro por um barbante embaixo de um sol ferrenho. Compadecido, o
mesmo reclamou ao proprietário, de que aquilo ali era uma perversidade,
maus tratos aos animais, criaturinhas de Deus, "serumaninhos" já que
está na moda e perguntou se o seu carrasco não o venderia a fim de
aliviar tamanho sofrimento!
Depois de insistente proposta, o dono da
oficina aquiesceu na venda dos "bichinhos" que devem ter ensaiado
sabe-se lá algum tipo de alegria em direção a liberdade vindoura
proporcionada pelo bom samaritano. Pois bem. Esse amigo do meu irmão
pegou os galos e levou-os para seu carro, no entanto para não sujar o
estofado o que faria com aquela dupla estafada? Não poderia sujar o
estofado, limpinho e os amiguinhos exalavam aquele odor característicos
resultante da ação da amônia com vocês os excrementos. Quem criou galo
ou galinha sabe do que eu estou falando. Sendo assim, não pensou duas
vezes, abriu o porta-malas do carro e "tacou" os bichos ali dentro e
foi, todo cheio de si certo de que tinha feito a melhor e maior boa
ação do dia.
No dia
seguinte, passando de novo pela mesma oficina para tratar com o
proprietário do assunto do dia anterior, o mesmo mal o saudou e foi logo
perguntando: "E os galos? Estão bem? Fez o quê com eles?". Nesse
momento, ao ouvir isso, é que o amigo do meu irmão se deu conta de que
esquecera os animais no porta-malas do carro desde o dia anterior, andou
o resto do dia praticamente todo com os bichinhos presos coitados e que
já não vendiam lá muito boa saúde em consequência dos "maus tratos"
denunciados, passaram por solavancos, sem água, comida, oxigênio, sob
calor extremo. Correu imediatamente para o carro e ao abrir o porta
malas lá estavam os dois anjinhos já passados dessa pra melhor sem
direito sequer a extrema unção dos santos. (gargalhadas aqui!).
Mas o que tem essa história tem haver com os insights proporcionados pela senilidade? Por que eu haveria de ter lembrado dessa história depois de tantos anos? Sinceramente não sei! O fato é que essa história me diz o seguinte: As vezes nós nos deparamos com determinadas situações onde achamos que o melhor é tomarmos parte, nos intrometermos, dar conta etc. E aí nos embrenhamos a salvar ou ajudar em uma situação que muitas das vezes não nos compete e como resultado pioramos a situação mais ainda e o que é pior, sem necessidade alguma, mas pelo simples fato de querer, de fazer intervenção, de intervir.
"As vezes devemos deixar as coisas seguirem seu rumo como estão e como são"
Namastê
Mas o que tem essa história tem haver com os insights proporcionados pela senilidade? Por que eu haveria de ter lembrado dessa história depois de tantos anos? Sinceramente não sei! O fato é que essa história me diz o seguinte: As vezes nós nos deparamos com determinadas situações onde achamos que o melhor é tomarmos parte, nos intrometermos, dar conta etc. E aí nos embrenhamos a salvar ou ajudar em uma situação que muitas das vezes não nos compete e como resultado pioramos a situação mais ainda e o que é pior, sem necessidade alguma, mas pelo simples fato de querer, de fazer intervenção, de intervir.
"As vezes devemos deixar as coisas seguirem seu rumo como estão e como são"
Namastê
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