quarta-feira, 2 de novembro de 2016

"Não procures entre os mortos..."

Não procure entre os mortos aqueles que ainda vivem. Não contorçam os túmulos movidos pelo apelo da saudade pelos que já não mais jazem alí! Como quisera eu poder adverti-los quanto a verdade. Não! Não procurem!

Não procurem nos lamentos o perdão aguçado pela saudade. Não reverta em lágrimas o apelo ao tempo que não volta mais. O que é hoje amanhã já não mais será! 

Dentre todos os aprendizados pelos quais o ser humano passa nessa sua misteriosa jornada sem dúvida um dos quais seriam fundamentais o aprender a morrer. Pois de todas as singularidades, fenômenos e idiossincrasias as quais o homem passa, a morte (assim como o tempo) é inexorável. 

Tem um poema lindo do Mario Quintana que fala sobre a vida ao contrário onde no final, ao invés de morrer, voltaríamos ao ventre materno! Só mesmo um poeta, meu poeta favorito, para expressar uma declaração de amor a vida e as mães de forma tão singela. 

Confesso que choro e que sinto saudades no recôndito da oração e do silêncio. Mas o que não compreenderes conclama a fé o entendimento. Ela sim, sabe. A fé sobrepuja a dor, inclusive a dor da saudade. 

E que amanhã lembremo-nos que ainda estamos vivos, que precisamos viver, o que temos a melhorar, ou que mudar, aprender. Deixe aos que não creem em nada o vazio da sua solidão. Eles também precisam de oração. 

Clama pela gratidão da oportunidade de viver com o ente querido que já não está mais entre nós. Invoca o sorriso na lembrança dos momentos bons por ele proporcionados e apela a alegria do reencontro que reside na fé, na crença de que a vida não acaba com a morte. Ela segue além dessa vida, tenha sido ela glamorosa ou sofrida, rumo ao por do sol e em seguida vislumbre o novo amanhecer!

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