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sexta-feira, 2 de junho de 2017

O Educador do ano é um charlatão! (Esse pais é uma piada de mau gosto!)

O diploma falso do Educador do Ano: o que sabemos e o que falta descobrir

Por Monise Cardoso (Revista Nova Escola)

Ainda não há responsáveis. Mas o educador apagou informações sobre a graduação. Polo da Universidade não tinha autorização para oferecer curso(Foto Diana Abreu)

 A surpreendente notícia estourou no início do mês. Wemerson Nogueira, ganhador do Prêmio Educador Nota 10 em 2016 e um dos indicados ao Global Teacher Prize, o Nobel da Educação, foi acusado de falsificação de documentos. Ele teria apresentado um diploma ilegítimo numa seleção de professores da Secretaria de Educação do Espírito Santo (Sedu). Com essa alegação, a Sedu abriu um processo contra o professor, que pode perder o cargo na rede estadual e ter de devolver os salários já pagos.


O caso é complicado. As partes envolvidas – Wemerson e a Universidade Metropolitana de Santos (Unimes), responsável pela emissão do diploma – se apresentam como vítimas de falsários. Ao mesmo tempo, se negam a esclarecer detalhes importantes sobre o que ocorreu. Manifestam-se apenas por notas oficiais. A Sedu diz que o caso está com a Polícia Civil. Essa, por sua vez, confirma que há uma investigação por falsificação de diplomas, mas não fornece informações sob a justificativa de não atrapalhar o trabalho.

Nos últimos 15 dias, a reportagem de NOVA ESCOLA se debruçou sobre o assunto. Ainda não é possível responsabilizar alguém pelo diploma falso, mas há fatos que aumentam o mistério. Do lado da Unimes: o polo de Ensino à Distância (EaD) em que Wemerson diz ter estudado não tinha autorização do Ministério da Educação (MEC) para oferecer o curso de Licenciatura em Química. Enquanto isso, o educador apagou do Facebook seu comunicado sobre o ocorrido e retirou de seu currículo as informações sobre a cidade em que teria se graduado.

Os fatos
Segundo Ricardo Ponzetto, advogado da Unimes, Wemerson nunca foi aluno da instituição. Diz Ponzetto: “Não temos nenhum registro dele como estudante. E a assinatura presente no documento é grosseiramente falsa”.
Foi essa informação que a Unimes enviou à Sedu e à Polícia Civil do Espírito Santo, que investiga o caso.

A versão de Wemerson
O que o professor afirmou em sua nota oficial é que ele teria sido enganado. “Me dediquei dia após dia aos estudos, até me formar. Posso provar que estudei, sim, e tenho documentos e evidências que comprovam isso e, jamais usaria de má fé para me beneficiar”.

Em sucessivos contatos por e-mail (Wemerson não tem atendido ao telefone), NOVA ESCOLA pediu para ter acesso a essas evidências. O professor negou. Diz seguir orientações do advogado para apresentar as provas somente na defesa do processo. “Entendo que a universidade se diz vítima, mas eu também fui”, afirma.

A versão da Unimes
Também em nota para a imprensa, a Unimes aponta para a ação de uma quadrilha de falsários. Diz ter conhecimento de casos de diplomas falsos emitidos em seu nome há um ano e meio. O advogado Ponzetto defende a tese de que um bando estaria por trás das falsificações. “A Polícia Civil do Espírito Santo está investigando a quadrilha desde 2015”, afirmou por telefone.

Fato novo 1: um polo irregular
Pelo Facebook, Wemerson afirma ter cursado o EaD da Licenciatura em Química numa cidade “na região de Colatina”, no interior capixaba. Em outro trecho, cita o nome de Pancas, município a 60 quilômetros de Colatina. É lá que ele teria feito as atividades presenciais do curso. Segundo matéria do G1 divulgada em 11 de maio, o professor chegou a descrever o local como “uma casa com computadores”.

A questão é a seguinte: segundo o MEC, o processo de credenciamento da Unimes em Pancas ainda está em andamento. Em 2015, a universidade foi proibida pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) de expandir suas atividades por dois anos por atuar irregularmente em vários estados.
Em 2016, a instituição entrou com recurso para contornar a decisão do CNE e voltar a atuar pelo país, inclusive em Pancas, em caráter provisório, até que o processo de credenciamento fosse finalizado. O polo da cidade recebeu a visita de uma equipe do ministério no fim de abril, como registra o Facebook da instituição.

NOVA ESCOLA apurou que a Unimes opera na cidade há, pelo menos, cinco anos. As informações são da assessoria de comunicação da Prefeitura de Pancas, que falou com nossa reportagem por telefone.

De acordo com o Ministério da Educação, uma universidade só pode atuar nos limites do município em que foi credenciada. A Unimes ainda não tem credenciamento em Pancas. Mas tem em Mucurici, município no norte capixaba a 234 quilômetros de Pancas. De carro, são cerca de quatro horas de viagem.

A universidade, segundo a assessoria de comunicação da prefeitura, operaria em Pancas uma espécie de extensão do polo de Mucurici, ofertando alguns de seus cursos. A Unimes precisaria de autorização do ministério para fazer isso, mas, como dissemos, o credenciamento não foi concluído até o momento.

Confirmamos por e-mail que a Licenciatura em Química é uma das opções em 2017.