Professor da Universidade de Columbia, neurocientista e referência no
estudo sobre drogas, Carl Hart – que é negro e tem dreadlocks – foi
barrado pelos seguranças do hotel Tivoli Mofarrej, na capital paulista,
onde participa de seminário sobre ciências criminais; ao abrir sua
palestra, pesquisador evidenciou o racismo.
Pouco antes de ministrar uma palestra sobre guerra às drogas e como
ela marginaliza parte da população (principalmente a negra), o
neurocientista norte-americano Carl Hart sentiu na pele os efeitos da
exclusão. Na manhã desta sexta-feira (28), ele foi barrado na portaria
do hotel cinco estrelas Tivoli Mofarrej, na capital paulista, onde
participa do Seminário Internacional do Instituto Brasileiro de Ciências
Criminais. Carl é negro, usa cabelos ao estilo ‘dreadlocks’ e possui
dois dentes de ouro.
Professor associado de psicologia e psiquiatria da Universidade de
Columbia, o PhD em neurociência é referência nos estudos sobre drogas e
seus efeitos no corpo humano e há anos milita pela mudança da política
de drogas nos Estados Unidos e em outros países do mundo.
Pouco tempo após o incidente, a organização do evento se mobilizou
para liberar a entrada de Carl e a falta de representatividade de
pessoas negras que culminou no preconceito que sofreu em sua entrada foi
lembrado logo no início de sua fala, ao começar a palestra.
“Olhem para o lado, vejam quantos negros estão aqui. Vocês deviam ter vergonha”, disse. Não havia nenhum.