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sábado, 29 de agosto de 2015

“Olhem para o lado, vejam quantos negros estão aqui. Vocês deviam ter vergonha” - Geledés

Professor da Universidade de Columbia, neurocientista e referência no estudo sobre drogas, Carl Hart – que é negro e tem dreadlocks – foi barrado pelos seguranças do hotel Tivoli Mofarrej, na capital paulista, onde participa de seminário sobre ciências criminais; ao abrir sua palestra, pesquisador evidenciou o racismo.


Pouco antes de ministrar uma palestra sobre guerra às drogas e como ela marginaliza parte da população (principalmente a negra), o neurocientista norte-americano Carl Hart sentiu na pele os efeitos da exclusão. Na manhã desta sexta-feira (28), ele foi barrado na portaria do hotel cinco estrelas Tivoli Mofarrej, na capital paulista, onde participa do Seminário Internacional do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais. Carl é negro, usa cabelos ao estilo ‘dreadlocks’ e possui dois dentes de ouro.

Professor associado de psicologia e psiquiatria da Universidade de Columbia, o PhD em neurociência é referência nos estudos sobre drogas e seus efeitos no corpo humano e há anos milita pela mudança da política de drogas nos Estados Unidos e em outros países do mundo.


Pouco tempo após o incidente, a organização do evento se mobilizou para liberar a entrada de Carl e a falta de representatividade de pessoas negras que culminou no preconceito que sofreu em sua entrada foi lembrado logo no início de sua fala, ao começar a palestra.

“Olhem para o lado, vejam quantos negros estão aqui. Vocês deviam ter vergonha”, disse. Não havia nenhum.