O governo Dilma dá rotineiramente sinais de sua incompetência, seu populismo bem como de suas contradições entre o que diz e a maneira torpe com que age.
A última foi esse programa oportunista imposto pelas vozes das ruas, o "Mais médicos", tirado provavelmente de um calabouço ideológico ao qual o PT não faz parte há muitos anos, da cabeça de algum ex-militante pequeno burguês nas ideias pseudo-comunistas em um modelo de sociedade muito mais idealista do que concreta. Sim, idealistas pois ao se fazer poder o PT e seus aliados como o PCdoB se mostrou pior aos governo que tanto criticavam.
É público e notório que o problema da saúde no Brasil não é falta de médicos ou muito menos tem o governo o direito de obrigar de forma ostensiva e por meio de decreto que sua péssima política administrativa em torno da saúde recaia por sobre os ombros dor formandos em medicina de todo o país. E quando falo em péssima política administrativa não me refiro tão somente a formação dos alunos de medicina, algo que deve ser questionável, mas também a falta de infraestrutura nos hospitais e postos de saúde, falta de leitos e de remédios, falta de programas que contemplem a ordem inversa dos que são feitos hoje, que parte de cima pra baixo digamos assim, descontextualizados com a realidade do que deveria ser seu objeto principal - o povo.
Fosse esse governo realmente um governo sério teria lançado não um programa populista chamado de "Mais médicos" e sim (e há tempos) um programa chamado "Mais professores". Entra ano e sai ano, entra governo e sai governo e a defasagem, a carência de professores nas escolas públicas em todo o país só aumentam. Estimativa da Câmara de Educação do Conselho Nacional de Educação aponta
um déficit de 300 mil docentes, especialmente das disciplinas de
Química, Física e Matemática. Uma das principais causas do déficit é a baixa remuneração, que afugenta
os profissionais do mercado. E com razão.
Na Bahia, após 115 dias de greve em 2012 o governo do Estado não paga o piso nacional dos professores e há disciplinas com professores que não possuem formação na área em que atuam. Há professores de Física lecionando química, de português e de matemática lecionando educação física, por exemplo. Muitos professores inclusive complementam suas cargas horárias com outras disciplinas nas quais não possuem formação alguma mas se assim não o fizessem ficariam excedentes naquela unidade escolar, uma contradição em um Estado que possui uma carência estimada de 80 mil profissionais em média, hoje, nas salas de aula.
Lamentáveis números são expressos nas estatísticas e na formação do alunado bem como na qualificação da força de trabalho e de mão de obra, inclusive para a formação de futuros médicos. Não surpreende quando se trata de um governo que possui plano a longo prazo para pagamento de mega construções como a de estádios para a copa do mundo e olimpíadas mas que não possui planejamento algum quando se trata de priorizar ações nas áreas estruturantes e fundamentais para qualquer país que se pretere desenvolvido.