Existe na jurisprudência um termo que eu acho muito interessante que se chama "abandono de incapaz". É quando um responsável por determinado indivíduo geralmente menor de idade não lhe garante a proteção e os proventos necessários à sua segurança quando este não pode fazê-lo ainda dado a sua condição de vulnerabilidade. Lendo a manchete do Jornal "O Globo" nesta madrugada do dia 03/08 me veio aos neurônios um neologismo, a possibilidade da criação de um novo termo para a sociedade. Seria o "revide de incapaz".
Ora, uma população como a população do Rio de Janeiro onde seu governador decretou falência do Estado "ostentar" uma Olimpíada nos parece semelhante a um indivíduo drogado que se submete a mais uma injeção de droga ao invés de submeter-se aos cuidados. É inversão! E não adianta virem os economistas dizerem que eu não entendo de macroeconomia e que não tenho capacidade de abstrair e entender os benefícios que as Olimpíadas trarão a economia. Me respondam onde estes benefícios retornarão para o bolso dos cidadãos cariocas e para a grande maioria do povo brasileiro?
A saúde no Rio de Janeiro, seus hospitais, estão a míngua. A segurança e a violência estão em níveis alarmantes. E bem sabemos que não é apenas no Rio de Janeiro e sim no país inteiro. O pais passa pela maior crise de todos os tempos, apesar da grande capacidade e criatividade (para não falar resiliência) do seu povo.
Ai não tem como escapar. Uma hora surge a revolta, o retorno, o revide. Revide de incapaz! Não estou falando de psicologia social. Refiro-me aquele que não é visto dentro da microfísica do poder e não o é nem na macroeconomia das relações capitalistas que se revolta exigindo do Estado sua visibilidade dentro da invisibilidade do visível de Deleuze.