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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Introdução e estimulo a utilização do xadrez como ferramenta pedagógica em escolas públicas



 Hoje minha aula na escola onde leciono foi a culminância de um plano de aula que tem como objetivo a inserção do xadrez como ferramenta de aprendizado e de desenvolvimento cognitivo para os alunos da escola básica da rede pública no estado da Bahia, desenvolvido por mim mesmo e como resultado do amadurecimento de discussões feitas durante o curso de aperfeiçoamento pedagógico, que nos garantiu a certificação na rede.
 A utilização de jogos de tabuleiro e em particular do xadrez como ferramentas de aprendizagem podem  sim representar um salto qualitativo no que se refere a utilização de conteúdos que permitam ao aluno um desenvolvimento cognitivo em direção a construção de sua emancipação e na sua autonomia enquanto sujeito na(s) relação(ões) de ensino aprendizagem.



Nessas aulas em particular, a partir de uma dinâmica que permite aos alunos a construção de seus próprios tabuleiros de xadrez,  a partir da utilização de  cartolina e de tampinhas de garrafas "pet" ou tampinhas de garrafas de cerveja etc. é traçado um esboço da atividade que em dupla será realizada, com estipulação de nota avaliativa. Como o trabalho é desenvolvido em dupla, as responsabilidades são compartilhadas, a confecção do tabuleiro é feita de forma compartilhada. Os saberes são compartilhados!

Um texto sobre a história do xadrez, outro sobre as regras básicas do jogo foi trabalhado previamente, de maneira a familiarizar os educandos com a temática e com o conteúdo. Vídeos do YouTube também complementam o desenvolvimento da metodologia utilizada
 Além do ganho cultural, existem inúmeras vantagens existentes e reconhecidas no ensino da prática do xadrez por crianças e adolescentes tais como o desenvolvimento do raciocínio lógico, capacidade de abstração e de planejamento com elaboração  prévia de ideias, convívio social, respeito as leis, regras, disciplina etc.
 Partindo do princípio onde o aluno para desenvolver sua autonomia ele deve utilizar os referenciais que o permitam estabelecer as relações com os objetos de maneira mediada pelo professor a fim de que se estabeleça entre a didática e o método a possibilidade do estabelecimento do aprendizado através do conhecimento sistematizado e também nas relações ou inter-relações advindas dos processos de construção dos seus próprios saberes
 O homem se transforma ao buscar transformar o mundo! Nesse instante, a violência, a intransigência, a fragmentação familiar que permeiam a heterogeneidade dos espaços escolares públicos, desde o âmbito cronológico quanto no que tange aos aspectos de desenvolvimento cognitivo passam a focar elementos que de forma objetiva e subjetiva possibilitam sim o respeito a alteridade, a emancipação, autonomia, o respeito etc.
 É fácil? Não! É complicado e difícil, mas é viável e pode ser feito... e o xadrez não é um jogo que se vê jogado em qualquer esquina (quem dera que o fosse) mas partindo do entendimento que não de pode (nem deve) negligência os conteúdos aos alunos tão somente pelo fato destes pertencerem a escolas públicas de zona rural ou a pertencerem a famílias humildes, pobres por assim dizer, negros de fato, entendendo a educação como a mola mestra do processo de formação dos seres humanos, indivíduos, homens e mulheres.



 É justamente na separação do preconceito e no rompimento das zonas de conforto que estas relações de aprendizagens podem sim serem enriquecidas. Seja com o xadrez, seja com o que for! 

Os alunos sequer tem onde por as cartolina e o fazem na junção das carteiras justapostas de frente uma para a outra. É terrível, mas... pode ser feito.

Dentro dessa dinamica, o proximo passo será a pratica do jogo, primeiro no tabuleiro que eles mesmos confeccionaram e em um segundo momento no laboratório de informática, extremamente subutilizado na escola, para que eles, os alunos, aperfeiçoem e desenvolvam seus jogos.