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sábado, 22 de novembro de 2014

Apenas mais um miserável

Ele chegou cambaleante e de madrugada! Havia quatro dias de sumido e eu crente que não seria senão mais de uma das suas aventuras atrás de uma fêmea no cio, ao ouvir o seu chamado costumaz de madrugada ofereci a recepção com uma porção farta de ração.

Mas algo estava diferente. Sua voz com que saudara a casa estava diferente. Seu miado, o tom. Definitivamente alguma coisa estava errada.

Dormi.

Amanheceu e ao acordar foi com meu sobrinho dizendo "Tio, tio, o gato que estava sumido apareceu. Tá todo sujo, com a boca quebrada e parece que está doente" percebi que o quadro era aquele mesmo narrado anteriormente e que piorara. Sim, ele estava mal. Muito mal. Pra morrer seria questão de horas. Sua mandíbula estava quebrada e sangrando através da baba que escorria pela boca. Só cirurgia. Mas, um veterinário em pleno domingo de manhã pra fazer uma cirurgia de emergência em um gato já quase desfalecendo?

Tive que sacrificá-lo!


Logo uma série de valores, de inquirições foram se amontoando sobre minhas costas, rodeando minha cabeça. Primeiro aquela máxima de que é pecado sacrificar uma vida, seja ela qual for. "Poxa, mas eu estava fazendo isso para apaziguar uma dor" justificava. Aí me vem a mente a questão de várias pessoas que entram na justiça pedindo o direito de cometer eutanásia por sentirem dor. "E por que a dor delas seria menor do que a dor do meu gato?" acusava. "Eu não acredito que seja mas estamos falando de animais e não de seres humanos" retruquei de pronto pra mim mesmo. Imediatamente me veio a mente aqueles que são defensores dos direitos dos animais e das cobaias que são submetidas a experimentos diariamente para testes de laboratório e outras coisas afins. E a ideia fixa de que eu iria para o inferno quando morrer... e a sensação de se autopunir por se achar a pior criatura do mundo!

Todo o bem do mundo que eu pudera um dia ter feito sumiu ou as pessoas que porventura eu teria ajudado por querer, ou sem saber. Tudo ficara para trás! Por um deslize...

"Que homem miserável que eu sou!"




terça-feira, 19 de novembro de 2013

Pra lhe tirar um pouco de sua zona de confôrto...


Criança vítma da arma química conhecida como “Agente Laranja”, Vietnã fotografada por @peteressick. Nos últimos anos, os jornalistas tornaram-se mais conhecida por sua cobertura de celebridades e histórias sensacionais do que como guerreiros em uma cruzada da justiça e pelos menos favorecidos. O jornalismo sensacionalista tem existido desde o início dos jornais, no entanto, por volta da virada do século passado, fotógrafos como Jacob Riis e Lewis Hine foram pioneiros de uma forma de fotografia documental que visa expor os males sociais. Muitos jornalistas seguiram na mesma linha  e foram inspirados a continuar o bom combate e vi o jornalismo como uma vocação, tanto quanto a profissão. O editor do jornal lendário Joseph Pulitzer já resumiu dizendo que o papel de um jornalista era " confortar os aflitos e afligir os confortáveis ​​. " Quando me aproximei da menina em um lar para crianças cujos pais e avós tinham sido expostos ao agente laranja , um atendente estava alimentando seu café da manhã . Tirei apenas algumas fotos e me afastei. Estas situações têm sido sempre desconfortáveis para mim como fotógrafo. É fácil sentir-se como um oportunista desprezível para apenas tirar fotos e sair. Eu tinha que me lembrar que eu estava tentando contar a história de uma criança sem olhos procurando a justiça em um mundo escuro . - Trecho de "Our Beautiful, Fragile World."

Fonte: National Geographic  http://instagram.com/p/g3cuZvoVeh/