quarta-feira, 18 de maio de 2011

Se escrever eu pudesse. Se escrever, eu soubesse... eu escreveria!

Ontem, ao saber através de um colega que a direção da escola onde eu lecionava estaria  organizando um documento afim de me prejudicar enquanto professor passei a pensar sob que forma eu poderia me defender, arregimentando as provas de que disponho para no momento oportuno me manifestar na imprensa, junto a ouvidoria da SEC e da Ouvidoria Geral da União e do Ministério Público.
Pensei em escrever no blog, mas... quem sou eu pra escrever em blog. Me impressionam esses blogueiros!
Ah, se me dispuzesse ao dom da escrita como fazem os blogueiros.
Com seus prolixismos e muitas vezes  sutilieza com que dominam a escrita, usam  de targiversações, conjecturas, elucubrações transversais, todas dentro do contexto que buscam pra dizer as palavras, precisos.
Estes quando têm a habilidade de  associarem o dom sagrado da boa escrita ao exercício do  jornalismo então... hummm...  tornam-se deuses (com ou sem diploma).
Se escrever eu pudesse, se escrever eu soubesse escreveria os motivos que me motivaram a abandonar a "Educação" pública na Bahia, se é que se pode chamar aquele inferno de educação. Lá só se vê desrespeito, fofócas e fruticos e posturas que em nada correspondem a como deveria ser um Educador ou de um ambiente que se pretere educar. 

Poderia dizer  como o vice-diretor da escola mentiu descaradamente ao afirmar que a escola teria sido sorteada pela Secretaria Estadual da Educação para conseguir de uma verbas que NUNCA chegaram ou sairam em diário oficial.

Ou então escreveria de quando este mesmo senhor teria afirmado em documento entregue aos alunos convocando para a reunião de pais ou responsáveis e que caso estes (os pais) não comparecessem iriam ser denunciados no Conselho Tutelar por abandono de menor relembrando bem os tempos idos das casernas, do militarismo e da opressão através da imposição do poder e do constrangimento!
Poderia escrever também que fui por duas vezes no programa "Acorda Cidade" do radialista Dilton Coutinho prospectar alunos para a escola, acordando antes das seis da manha e indo sozinho até a radio enquanto a articuladora e a diretôra da escola me ligavam no celular pra dizer que não iriam e que eu me sairia bem sozinho dentro de um estudio de rádio, onde jamais estive antes, isso com pouco mais de 1 ano na rede pública estadual quando há profissionais prestes a se aposentar que nunca fizeram nada parecido.

Podia escrever  que a articuladora na época e posteriormente  veio alegar “falta de compromisso” por parte de professores recém ingressos na rede estadual publica. Se fazer o que fiz pela escola é falta de compromisso eu não faço idéia mais do que venha a ser compromisso.
Teria escrito quantas vezes usei de meu carro e de uma gasolina para fazer tarefas pra escola, sem ganhar absolutamente nada em troca. Ou que fui para um Olimpiada estudantil sem uniformes para os alunos, tendo que pedir uniformes emprestados. Ou que passei o ano inteiro sem material, bolas etc. para as aulas, mesmo tendo Feira de Santana uma fábrica da FAMFS, fabrica essa de materiais esportivos mantida pelo governo federal e dos vários ofícios solicitando materiais.

Escreveria também quando denunciei a forma com que fui agredido oralmente, vilipendiado, execrado por aluno e ao denunciar em documento escrito ao vice-diretor nada, absolutamente nada foi feito.

Ou quando pelo mesmo motivo solicitei conforme prevê o regimento escolar uma reunião extraordinária junto ao colegiado escolar em documento na pessoa do seu então presidente e o mesmo não acatou minha solicitação o que me motivou a abrir denúncias junto a secretaria estadual da educação.

Escreveria de quando uma professôra em plena aula derramou um copo de suco na cabeça de um aluno na frente de seus colegas, o expondo ao vexame e humilhando-o achando que dessa forma estaria contribuindo para a sua formação enquanto homem e cidadão.

Escreveria sobre funcionário assediar aluno(s) no interior da própria escola pedindo pra que o mesmo lhes mostrasse as partes íntimas. Ou sobre o tráfico de drogas correndo livremente no interior da escola com o conhecimento de sua direção sem que atitudes enérgicas fossem tomadas.
Poderia escrever também que quando eleito presidente da comissão seletiva escolar da unidade de ensino a que pertenço fui chamado de “testa de ferro” da diretôra, por fazer valer e legitimar um processo de eleições diretas para gestor escolar, então históricas, na rede pública do estado. Ou que emití um documento impugnando as urnas das eleições para gestor pelo fato das mesmas terem sido violadas, provando minha impacialidade e honestidade.

Escreveria ainda que a Direção da escola em reunião com os a liderança dos alunos do ensino fundamental e em uma demonstração de total falta de respeito a este professor afirmou que eu não os levava pra quadra por que eu não queria por que bola a escola tinha o que me fez no mesmo dia levá-los ao compatimento de materiais afim de que eles próprios atestassem quem estava mentindo e quem estava falando a verdade.
Poderia dizeer das muitas das vezes em que fui ofendido, execrado, caluniado por alunos e levava queixa para a direção da escola e a mesma não fazia absolutamente nada.
Poderia escrever de como fui assediado uma aluna na escola e pra me precaver fiz documentos falando a este respeito e entreguei a direção e coordenação pedagógica da escola afim de que os mesmos saibam do ocorrido e que meu nome e lisuras profissionais não recaissem na forma de falatório dentro da comunicade escolar. Escreveria que a mesma aluna foi presa na madrugada dentro de um carro mais o vigilante da escola em pleno atentado ao pudor e que ambos dormiram na cadeia.

Escreveria que a aluna meses depois apareceu com a mãe na escola, grávida!
Poderia escrever indagando sobre como uma unidade ou estabelecimento de ensino público pode permitir a impressão de comerciais em um muro de uma escola publica sem o consentimento ou conhecimento do colegiado escolar?  Ou poderia escrever por que as contas de como estariam sendo utilizados as permutas com relação a essas utilizações do espaço público por parte da gestão escolar nunca eram apresentadas ao corpo docente?  Ou escrever como uma escola simplesmente retira um banheiro dos alunos pra aumentar o espaço de uma cantina que paga aluguel, questionando se a prioridade é o conforto do aluno ou a utilização dos recursos deste aluguel, recursos estes dos quais nunca foram prestados conta alguma?
Escreveria a respeito de professora que com carga horária distribuída não dava aulas porque aguardava uma posse como vice-diretôra que jamais veio. Escreveria também a respeito dos conchavos, beneficiamento de uns em detrimentos de outros que ocorre abertamente dentro da unidade de ensino.

Escreveria de quando levei 4 turmas ao estadio Municipal de Futebol "Joia da Princesa" bem como quando fiz caminhadas sobre a importancia da vivência e da construção de hábitos em torno do exercício físico rotineiro enquanto outros professores diziam que eu era louco ao sair do espaço escolar em ativdades extra-muros com alunos, segundo eles, sem educação, disciplina, comportamento civilizado.

Escreveria que foi uma das atividades mais interessantes que já fizemos.
Poderia escrever armações e perseguições que foram armadas para mim depois destas várias denúncias que fiz na secretaria da educação e no ministério publico com a nítida intenção de me prejudicar.

Escreveria que eu não tenho mêdo!!!
Escreveria sobre o jogo político existente dentro dos cargos na educação pública na Bahia, onde a Educação propriamente dita está longe de ser prioridade.

Escreveria sobre a total falta de estrutura com relação a perpetuação de um ambiente condizente com o saber e o fazer pedagógico, dentro do conceito de Trabalho Educativo de Savianni, para que houvesse a materialização de um projeto politico pedagógico capaz de fomentar a superação no aluno das mazelas que o circundam dentro do chamado risco social do qual ele, em su maioria, próvem dentro do ensino público.
Poderia escrever e ao escrever  narrar a minha total insatisfação e indignação a respeito de muito coisa e mesmo assim, ainda tendo muito mais por escrever, eu ainda assim escreveria porque estou tão decepcionado, tão frustrado e indignado com a Educação Pública na Bahia dado a humilhação a que fui exposto, diariamente.
Se escrever eu soubesse...se escrever, eu pudesse! Ahhhhh... escrever... eu poderia escrever... eu escreveria tanta coisa que sei...escreveria muito mais...
Para além do que jamais fôra dito!


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