Bücherverbrennung significa em alemão literalmente queima de livros. É assim que começa o texto da pesquisa que fiz sobre o abominável dia em que, em gesto de devoção ao regime nazista, livros foram queimados em praça pública. "Foram queimados cerca de 20.000 livros, a maioria dos quais pertencentes às bibliotecas públicas, de autores oficialmente tidos como "pouco alemães", diz a nota. E foram queimados por estudantes, devotos do Fuher, Hittler, em sua postura de opressão, métodos brutais, cerceamento de liberdade, o higiênismo da raça superior ariana predominante em seu discurso. A "lista negra" incluía mais de três mil obras proibidas pelos nazistas.
Quem é professor ou não mas que adora a leitura e reconhece a importância da mesma na construção do conhecimento e do intelecto sabe quão lamentável é um gesto desses e quão execrável a atitude de quem o origina. Anteontem aqui em Feira de Santana ocorreu um fato inusitado, que, de forma avessa, me lembrou esse triste fato existente na história da humanidade. Professôres em uma manifestação legítima queimaram seus diplomas num gesto expresso da insatisfação e indignação com as politicas educacionais que se estendem para além do municipio, adentram o estado e nos apresentam uma nação dita 6ª economia mundial na 57ª colocação em Matemática no relatório do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos; ver ) abaixo de países como o Chile por exemplo e com um IDH atualmente de 73° lugar no ranking mundial, onde em pesquisa publicada essa semana o brasileiro lê, no máximo, 2 livros completos em um ano, é preocupante. Hoje, ao invés de alunos, professores queimam, não seus livros, mais seus diplomas, mesmo que sejam xerox.
Claro que não se pode comparar a amplitude dos dois eventos e devemos resguardar aqui as devidas proporções, mas, o ocorrido, assusta.
O processo de desvalorização do professor enquanto um trabalhador reflete a pouca importância que existe no Brasil à Educação. Os dados são alarmantes e as "autoridades" burlam nossa inteligência, beirando ao cinismo onde discurso e retórica não coaduna com a prática e com a realidade.
Um cenário como esses que vivemos na Educação não deveria permitir que manifestações ou situações como estas dos professores ocorressem no campo do concreto.
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FONTE: http://aplbfeira.com.br/
Professores da Rede Municipal de Feira de Santana realizaram mais um ato público na cidade. Desta vez em frente à Secretaria Municipal de Educação onde os professores realizaram um ato simbólico queimando cópias de diploma e de contra-cheque. Vêja vídeo da manifestação
De acordo com Indiacira Boaventura, da diretoria da APLB Sindicato, a ação representa a desvalorização do professor, por parte do governo municipal.
A categoria aguarda o pagamento do piso nacional e que o prefeito Tarcízio Pimenta encaminhe a reforma do plano de carreira dos professores para a Câmara de Vereadores.
“Esperamos sensibilidade por parte do governo. Se nós já tivéssemos uma posição, não estaríamos aqui. Estaríamos na sala de aula. Existem R$ 7 bilhões disponíveis no Ministério da Educação, esperando os prefeitos pedirem a complementação para pagarem o nosso piso”, informou Indiacira.
Nesta sexta-feira (30) a categoria volta a se reunir às 14h30min, em assembleia no espaço do restaurante Kilogrill, onde serão discutidas a proposta salarial do governo e avaliados os dias paralisados.
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