"A razão de um cão ter tantos amigos é que ele abana mais o rabo do que a lingua." (Anônimo)
TRADUÇÂO:
“É melhor você ser odiado por aquilo que você é do que amado por aquilo que
você não é” André Gide
Acabei de ler certas
colocações que demonstram uma anencefalia das muitas nestas redes sociais,
daquelas burguesinhas bem mimadas, criadas a leite tipo A, que não convém
perder tempo transcrevendo aqui mais que me deixaram, no mínimo, intrigado. Fazendo
uma correlação dialógica com uma visita de um professor de história petista e amigo
meu aqui no meu escritório me senti motivado a escrever esse textículo, sem
trocadilhos.
O mesmo, a despeito das
minhas denuncias recentes ao ministério público, ouvidorias geral do Estado e da
Educação, em um dado momento, diz que eu deveria saber usar minha rebeldia ou
atitude rebelde ao meu favor, a fim de adquirir benesses para mim mesmo.
Bastante indignado com a fala dele, disse ao mesmo que no modelo de sociedade
em que vivemos usar o que ele chama de rebeldia e eu chamo de uma postura que
estabelece o contraponto ante as contradições da sociedade capitalista, seria
justamente ceder a estes modelos, ao próprio modelo capitalista. Era me vender
ao capital. Era ser hipócrita, enfim.
Visivelmente impactado com
a minha fala como que entendendo a grande besteira que tinha dito, disse, ao
sair, que eu deveria fazer uma terapia, por conta de tudo que eu havia passado.
Eu disse a ele que tudo o que tinha acontecido pra mim era como tomar sorvete à
beira mar, ou seja, era lazer, fichinha, perto do que eu já passei na minha
vida e ele não tinha ideia do que se tratava.
Então, voltando para a
patricinha a qual me refiro acima, ela em seu microblog na rede social diz que “as
coisas fluem normalmente – caminham - para as pessoas do bem”. Numa leitura
superficial e de fácil entendimento, as pessoas as quais ela se refere serem
pessoas do bem são provavelmente aquelas as quais nunca se contrapõem a nada. Nunca
estabelecem atrito. Não reivindicam, não denunciam, não protestam, não são
críticas pois “vivem nessa penumbra cinzenta que não conhece vitória nem
derrota”. Meros “baba-ovos” como se diz por aí. “Pucham saco”. Ocupam espaços
não pela competência técnica ou meritocracia, mas por indicação, pelo famoso QI
– Quem indica – Esses hão aos montes. Niilismo? Maniqueísmo? Não. Estão
arraigadas a um “status quo” chamado “Zona de Conforto”
Nós que vimos de uma
história de lutas concretas dentro do movimento estudantil. Nós que buscamos o
aprofundamento das discursões na busca da superação das superficialidades no
campo do concreto, seja na área da educação ou no nosso dia a dia. Nós, junto a
todo um coletivo que, a partir das referenciais que demonstram não e tão
somente toda uma conjuntura histórica de exploração expropriação fragmentação e
coptação do sujeito, do homem pelo homem, das contradições que nos traz o mundo
contemporâneo em sua falácia de sociedade do conhecimento. Nós que através desses
referenciais pelos quais entendemos que vale a pena ainda continuar lutando,
denunciando de forma a estabelecer o contraponto, nunca e jamais tivemos o
conhecemos esse rio fluindo de forma tênue onde se banha essa patricinha ou o
lugar onde o meu velho amigo professor de história e petista quer me colocar
afim de que eu obtenha “benesses”, frutos de uma pseudo-rebeldia. Esse lugar,
sinceramente, eu não quero. Não quero e sou aprovado em um concurso público mas sou desqualificado sabe Deus como nas provas dissertativas. Não quero e não sou aprovado em um curso de especialização na UNEB. Não quero e sou obrigado a ser submetido a uma série de perseguições vendo aqueles que são pucha sacos e o "baba-ovo" ocupando os espaços, não por competência, mas por serem coniventes. estes não tensionam. São políticos. Se deixam levar pelas conivências. Esses são e sempre serão "do Bêm".
Eu sou do "mal", então.
Quero continuar chorando
toda vez que assisto o documentário “Ilha das Flores”. Quero me indignar cada
vez que vejo um político desviar verbas publicas ou superfaturar obras públicas
ou ver uma criança no lixão no bairro Gabriela III aqui de Feira de Santana. Ou
quando um governo opta em investir milhões em um estádio de futebol a melhorar
as condições de vida da população, o salário de professores, policiais, etc.
Quem está na frente de manifestações como estas, nunca será bem recebido. Nunca
terá a correnteza a seu favor, pois tem contra ele todo um modelo. O velho novo
modelo que exalta o têr pelo ser. A aparência ao conteúdo. O barulho vazio ao
silêncio eloquente. A superficialidade à profundidade. A mentira à verdade.
Sei que vou morrer pobre e
só. Não há quem aguente um tipo de conversa como a minha por muito tempo. Não
têm graça. É chato. Não tenho graça nessa sociedade hedônica. Mas espero morrer sem ser
esse modelo de pessoa do “bêm” a qual se refere à burguesinha, muito menos
possuir o entendimento de rebeldia desse amigo professor de história, "professôr" logo de história,
a mãe de todas as ciências.
Não. “Não sou preto da
alma branca”, muito menos do “bêm” bestializado e inerte, ou do pseudo-rebelde
tipo “reaça” – reacionário.
Contenta-me a consciência
tranquila como a de um beija-flor que ante o incêndio na floresta procura fazer
a sua parteveja a lenda. E deitar no travesseiro. E dormir o sono dos justos. Ou o sono dos "maus". Dos que não se venderam. Não bajularam. São pucharam saco de ninguém e muito menos se entregaram aos discursos. Se é que isso
é possível?
"Nenhum espírito equilibrado em face do bom senso, pode fazer a apologia da loucura que adormece as consciências"
Para além, muito além, do que jamais fôra dito.
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