quinta-feira, 8 de março de 2012

Jaques Wagner pede redução no Piso Nacional dos Professores. Até APLB-Sindicato protesta

O governador Jaques Wagner (PT-BA) não aprende com seus próprios erros e quer comprar briga com mais uma categoria do funcionalismo público baiano. O gestor pediu ao presidente da Câmara dos Deputados, dep.fed. Marco Maia (PT-RS), para colocar em votação o projeto que reduz o piso nacional dos professores. O pedido ocorreu durante a posse de Maria Graças Foster na presidência da Petrobrás, segundo nota do jornal O Globo.

O piso nacional dos professores é uma luta antiga da classe educadora, que foi aprovada no parlamento e sancionada no Executivo. O reajuste em 2012 será de 22%, mas o governador quer que o aumento seja de apenas 6%. Também pediram a redução do reajuste os governadores Sérgio Cabral (RJ), Antonio Anastásia (MG) Cid Gomes (CE) e Renato Casagrande (ES).

O governador já saiu arranhado em alguns episódios envolvendo o funcionalismo público, como o corte no Planserv, o não pagamento da URV, a recente greve na Polícia Militar, dentre outros.

A coisa chegou a tal nível de insatisfação que até mesmo a direção da APLB-Sindicato (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia), controlada há muito anos pelo PCdoB, membro da “base aliada” do governo e quase sempre subserviente às decisões governamentais, protestou.

Para o coordenador geral da APLB-Sindicato, Rui Oliveira, a proposta é completamente equivocada e vai na contramão do Plano Nacional da Educação do governo federal, que prevê a recuperação das perdas salariais dos profissionais da área que chegam a cerca de 60%. “Há o compromisso da presidente Dilma Rousseff em corrigir essa distorção”, assinalou Oliveira.

“Os governadores que defendem redução do piso demonstram sua total falta de compromisso para com a Educação”, alfineta Rui Oliveira, considerando difícil que eles consigam apoio da bancada federal para tal empreitada.


Sempre demonstrando seu pragmatismo político e ações e ocasiões, o coordenador da APLB-Sindicato, cerca de um terço da Câmara Federal vai disputar as eleições municipais e, certamente, não vai querer “se queimar” com o eleitor votando um projeto dessa natureza. “Quero ver se Pellegrino, Alice Portugal ou ACM Neto vão mostrar-se favoráveis a tal aberração”, desafiou. “Nem quero crer que isto seja sério”, desabafou Oliveira.

Sem dúvida, já é um bom começo…

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