Raul Spinassé / Ag. A TARDE
Governador baiano foi recebido com muitos protestos no Largo da Lapinha, em Salvador
Da Redação, com informações de Luan Santos e Regina Bochicchio
As comemorações pela Independência da Bahia nesta
segunda-feira, 2 de Julho, data da expulsão das tropas portuguesas da
Bahia em 1823, foram marcadas por muitas vaias e manifestações contra o
governador baiano, Jaques Wagner, no Largo da Lapinha, em Salvador.
A maioria das manifestações vieram de alunos e professores da rede
pública estadual, que estão em greve há 83 dias. Com gritos de “traidor”
e “covarde” entoados pelos manifestantes, o governador foi isolado pela
sua segurança. Alguns manifestantes chegaram a invadir o espaço
delimitado, mas acabaram contidos.
O estudante Pedro Carvalho Melo, 19 anos, foi apontado por um civil
como autor da tentativa do arremesso de um objeto contra a comitiva do
governador. O acusado foi levado por uma patrulha da 37ª Companhia
Independente da PM (CIPM), no bairro da Liberdade. No local, Pedro negou
a ação e foi liberado, por falta de provas.
O governador minimizou as vaias. Afirmou que já foi sindicalista e
“sabe como as coisas funcionam”. Segundo Wagner, estava claro que não
era uma manifestação da população, e sim, de opositores.
Participação popular - "É uma palhaçada o que o
governo está fazendo com a educação. Todo ano participo do cortejo e
este ano aproveitei para protestar, para lutar não apenas pelos meus
direitos, mas por uma educação melhor", afirmou a professora da rede
estadual de ensino Maria Rita Santos, que se fantasiou de palhaça.
A aposentada Maria do Carmo Silva, 63 anos, moradora da Lapinha,
enfeitou a fachada com sua casa bandeiras da Bahia e do Brasil e fitas
com as cores dos símbolos baianos e brasileiros. Ela contou que costuma
enfeitar sua casa há mais de 20 anos e que participa do cortejo há mais
de 50 anos. "Moro aqui desde os meus 12 anos e sempre participo do
desfile, porque acho que é um momento importante para a história da
Bahia e do Brasil, foi o ponto de partida para nossa independência",
disse.
Ela também aproveitou o momento para criticar o atual modelo da
festa. "Antes, a participação dos cidadãos, do povo, era maior, mas hoje
a festa tem muitos protestos, está muito política. Um dia desses vai
acabar", opinou.
O cortejo contou também com a participação de representantes de
tribos indígenas, como foi o caso da tribo Xingu. "Ainda há muita
discriminação contra o índio. Nossa participação no cortejo é para
mostrar que os índios tiveram um papel fundamental para as batalhas da
independência", afirmou o Pajé Axé Ouro.
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