segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O que acontece entre os muros da escola? E da Sociedade?

Em um país marcado pela cultura da servidão, colonizado por um modelo explorador de latifundio que criou um perfil de cidadão que não apenas permite a corrupção mas muito deles se deixam corromper, quando aparece um "louco" que denuncia e que pretende fazer valer os seus direitos, é expurgado, criticado, tido como problemático, tumultuador, causador de problemas, "radical" como tenho sido discriminado em alguns momentos dentro do ambiente escolar, ao contestar o modelo educacional atual em contraponto aos valores e educação que acredito, valores estes, muitos deles, já expus em postagens anteriores, em direção a uma construção de forma a emancipar o sujeito, uma construção crítica, do intelectual orgânico gramsciano, se me permitem, em direção a uma formação ominilateral do homem. 

Queria saber quando nós vamos entender que nós é que somos o poder. Queria saber quando nós iremos perceber que somos nós quem sustentamos os  vereadores e seus assessores, os governadores, o presidente. Espero que apareçam mais meninas de 13 anos como a da matéria que transcrevo abaixo, que se apropriem da cibercultura e que denunciem o descaso com a escola onde estuda, mas que tambem denuncie a praça depredada, os orelhões quebrados, a rua suja, os desvios de verbas, as panelinhas, os "pucha-sacos", o nepotismo, o "pistolão". 

Somente assim e à partir daí comecaremos a verdadeira revolução. 

O que acontece entre os muros da escola

Por Tatiana de Mello Dias


Isadora Faber, em um dos vídeos que posta no Facebook (reprodução)














 Estudante de 13 anos denuncia problemas do colégio no Facebook e sofre represálias, diz mãe

Pouco antes do fim das férias de julho, a estudante Isadora Faber, de Florianópolis (SC), resolveu reclamar sobre os problemas de sua escola no Facebook.

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Inspirada pela garota britânica que postava fotos de comida (e foi forçada a apagar o blog), ela criou o Diário de Classe, uma página no Facebook que inicialmente falava de problemas prosaicos: portas e maçanetas quebradas, falta de manutenção.

“Falei para a minha mãe ‘acho que vou criar uma página’. E pedi para ela dar uma olhada”, contou Isadora ao Link.

Usuária de Facebook, Isadora saiu divulgando a causa entre os amigos. Quando voltou às aulas em agosto todo mundo na escola já estava sabendo.

Os colegas, diz Isadora, a apoiam na internet. “Mas quando chega na escola, eles são contra”. Entre os professores e direção, ninguém apoia a iniciativa.

Isadora reclama da falta de manutenção das quadras. Da falta de bebedouros, que deixam os alunos com sede formarem filas atrás dos poucos que funcionam. Dos ventiladores quebrados, que deixam a classe inteira passando calor. “Eu não faço o Diário de classe para mim. É para nós”, disse ela em um dos vídeos postados na página.

A estudante também reclama das aulas – e chegou a postar um vídeo da classe indisciplinada que, segundo ela, era um reflexo do professor.

Segundo a mãe, Mel Faber, Isadora vem sofrendo represálias do colégio. O Link tentou falar com a diretora, mas ela estava em reunião com a Secretaria de Educação na tarde desta segunda-feira, 27.
“Ela sofreu punição que talvez alguns jornalistas formados não tenham vivido”, diz Mel. “Ela sofreu represálias até das merendeiras. É difícil para ela sozinha. Mas ela continua indo à aula todos os dias, e usa o Facebook como uma ferramenta de defesa”, diz a mãe.

Mesmo assim, Isadora já sabe o que quer ser quando crescer: jornalista.


Alguns relatos de Isadora na página do Facebook

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