Em um país
marcado pela cultura da servidão, colonizado por um modelo explorador de
latifundio que criou um perfil de cidadão que não apenas permite a
corrupção mas muito deles se deixam corromper, quando aparece um
"louco" que denuncia e que pretende fazer valer os seus direitos, é
expurgado, criticado, tido como problemático, tumultuador, causador de
problemas, "radical" como tenho sido discriminado em alguns momentos dentro do
ambiente escolar, ao contestar o modelo educacional atual em contraponto
aos valores e educação que acredito, valores estes, muitos deles, já expus em postagens anteriores, em direção a uma construção de forma a
emancipar o sujeito, uma construção crítica, do intelectual
orgânico gramsciano, se me permitem, em direção a uma formação ominilateral do homem.
Queria saber quando nós vamos entender que nós é que
somos o poder. Queria saber quando nós iremos perceber que somos nós
quem sustentamos os vereadores e seus assessores, os governadores, o
presidente. Espero que apareçam mais meninas de 13 anos como a da matéria que transcrevo abaixo, que se apropriem
da cibercultura e que denunciem o descaso com a escola onde estuda, mas que
tambem denuncie a praça depredada, os orelhões quebrados, a rua suja, os desvios de verbas, as panelinhas, os "pucha-sacos", o nepotismo, o "pistolão".
Somente assim e à partir daí comecaremos a verdadeira revolução.
Somente assim e à partir daí comecaremos a verdadeira revolução.
O que acontece entre os muros da escola
Por Tatiana de Mello Dias
Estudante de 13 anos denuncia problemas do colégio no Facebook e sofre represálias, diz mãe
Pouco antes do fim das férias de julho, a estudante Isadora Faber, de
Florianópolis (SC), resolveu reclamar sobre os problemas de sua escola
no Facebook.
Inspirada pela garota britânica que postava fotos de comida (e foi forçada a apagar o blog), ela criou o Diário de Classe, uma página no Facebook que inicialmente falava de problemas prosaicos: portas e maçanetas quebradas, falta de manutenção.
“Falei para a minha mãe ‘acho que vou criar uma página’. E pedi para ela dar uma olhada”, contou Isadora ao Link.
Usuária de Facebook, Isadora saiu divulgando a causa entre os amigos.
Quando voltou às aulas em agosto todo mundo na escola já estava
sabendo.
Os colegas, diz Isadora, a apoiam na internet. “Mas quando chega na
escola, eles são contra”. Entre os professores e direção, ninguém apoia a
iniciativa.
Isadora reclama da falta de manutenção das quadras. Da falta de
bebedouros, que deixam os alunos com sede formarem filas atrás dos
poucos que funcionam. Dos ventiladores quebrados, que deixam a classe
inteira passando calor. “Eu não faço o Diário de classe para mim. É para
nós”, disse ela em um dos vídeos postados na página.
A estudante também reclama das aulas – e chegou a postar um vídeo da
classe indisciplinada que, segundo ela, era um reflexo do professor.
Segundo a mãe, Mel Faber, Isadora vem sofrendo represálias do colégio. O Link tentou falar com a diretora, mas ela estava em reunião com a Secretaria de Educação na tarde desta segunda-feira, 27.
“Ela sofreu punição que talvez alguns jornalistas formados não tenham
vivido”, diz Mel. “Ela sofreu represálias até das merendeiras. É
difícil para ela sozinha. Mas ela continua indo à aula todos os dias, e
usa o Facebook como uma ferramenta de defesa”, diz a mãe.
Mesmo assim, Isadora já sabe o que quer ser quando crescer: jornalista.
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