"Um homem só é rei porque os seus súbditos se comportam perante ele como um rei" Slavoj Zizek
Visando nos aproximar do real
acontecimento das coisas para que não esqueçamos de onde vimos e para
onde vamos e, como diria Manacorda, "para um melhor entendimento do
concreto", como educador, não poderia me reservar da obrigação de comentar sobre a greve na educação do estado esse ano de 2012, da qual participei, como muitos, de forma direta enquanto categoria.
Esperamos que enquanto
classe trabalhadora possamos envidar esforços no sentido de
conquistarmos melhoras mais significativas neste novo ano de 2013 que se
inicia. E de estabelecermos um contraponto a este sindicato que aí está a nos representar, ou não!
Que sirva para a nossa memória histórica!
Esclarecimentos oportunos para um melhor entendimento da greve pela sociedade. A internet foi sem sombra de dúvida um diferencial nesta greve, uma vez que os professores não tinham como colocar notas na televisão de massa, de alcance da grande mídia, ao contrário do governo que enchia a população de informações mentirosas, gastando uma fortuna em publicidade.
O que seria um gesto de oportunismo do sindicato a fim de promover o seu diretor nas eleições para vereador desencadeou uma das maiores manifestações já vistas pelo movimento docente da rede estadual pública da Bahia. Dessa vez quem segurou a greve não foi o sindicato e sim
a categoria. Por quê? Por que os diretores do sindicato são do mesmo
partido que é base de sustentação do governo Wagner. O PCdoB.
Foram
ameaças, perseguições, violência, supressão de direitos, grampeamento
de telefone bem nos moldes de qualquer cenário de governo ditatorial
imaginável nós fomos vitimados.
Fomos chamados de vagabundos pelo governo do estado, de covardes, fomos
decretados ilegais por lutarmos por direitos garantidos em lei e
descumpridos pelos nossos governantes. Provei aqui, neste mesmo blog,
que os recursos advindos do Fundeb dariam suficiente para que o Piso
Salarial fosse cumprido.
Neste mesmo blog esclareci que essa dotação orçamentária via Fundeb não está
passível de ser caracterizado como quebra da lei de responsabilidade fiscal, principal argumento do governo para não repassar os recursos que permitiriam o cumprimento da lei federal do piso salarial dos professores da rede estadual de ensino da Bahia.
Professores manifestantes se fizeram presentes em busca de melhorias salariais garantidas em lei e descumpridas pelo governo da Bahia que prefere construir estádios a dar uma vida digna aos seus cidadãos, investindo na qualidade da educação dos mesmos. Emfim, as máscaras cairam e podemos olhar de frente nos olhos daqueles que antes utilizavam do discurso ufano de igualdade, liberdade, de "povão" e do diálogo para percebermos que não passam de ditadores travestidos de libertários. A votação as pressas e na surdina por parte da bancada governista de projetos que retiraram garantias históricas da classe trabalhadora dos professores atestam isso. E o sindicato "pagou pra ver", denunciando somente em "cima da hora", às vesperas da votação, tal disparate, para depois poder dizer que pelo menos a "sua" parte teria feito e ainda sair ileso.
Não nos esqueceremos! Não nos esqueçamos!
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