Segundo a ONG, 170 mil brasileiros estão sendo despejados ou enfrentam risco de saída forçada de suas casas.
Agência Brasil
Rio de Janeiro – Uma organização não governamental levou nesta segunda-feira (4/3) ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas um pedido para que o Brasil interrompa as remoções forçadas de moradias que estão sendo feitas em decorrência de obras para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016.
O pedido foi feito por Giselle Tanaka, representante da Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa (Ancop), durante a 22ª reunião ordinária do conselho, em Genebra, na Suíça.
Em seu discurso, Giselle destacou que 170 mil brasileiros estão sendo despejados ou enfrentam risco de saída forçada de suas casas, devido a intervenções urbanísticas voltadas para os dois grandes eventos, que vão ocorrer no Brasil nos próximos três anos.
remoções contra a vontade |
“Nós imploramos a este conselho que diga ao governo brasileiro que pare imediatamente as remoções forçadas e, em parceria com as comunidades afetadas, crie um plano nacional de reparações às remoções forçadas e um protocolo que garanta os direitos humanos em caso de remoções causadas por projetos ligados a megaprojetos, e à Copa do Mundo e às Olimpíadas”, pediu Giselle Tanaka.
De acordo com Giselle, os eventos esportivos poderiam viabilizar investimentos sociais na infraestrutura do país, mas isso não tem acontecido. “Infelizmente, esses investimentos têm sido mal planejados, extremamente custosos e, em virtude das pressões da Fifa [Federação Internacional de Futebol] e do COI [Comitê Olímpico Internacional], resultado em enormes problemas para as comunidades locais. Na verdade, isto parece ser um tema comum relacionado aos megaeventos e megaprojetos: servir ao lucro de uns e causar prejuízo a milhões”, disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui sua opinião!