segunda-feira, 27 de maio de 2013

Catadora encontra 13 cartões novos do Bolsa Família em lixão do DF

Eles estavam em envelope pardo e são de moradores de Valparaíso, GO. Caixa não soube explicar o que ocorreu; polícia diz não ter sido comunicada.

 

Uma catadora do lixão da Estrutural, no Distrito Federal, afirma ter encontrado 13 cartões do programa Bolsa Família no aterro no começo da semana passada. Eles estavam em um envelope pardo, no pátio em que são despejados resíduos de shoppings e supermercados. Todos os documentos são de moradores de Valparaíso, em Goiás. A Caixa Econômica Federal, responsável pelo pagamento do benefício, que varia entre R$ 32 e R$ 306, não soube explicar como os cartões foram parar no lixão.



Os envelopes, ainda lacrados, com exceção de um, que a catadora diz ter aberto para saber do que se tratava, são de beneficiários com iniciais D, E e F. Um deles traz um carimbo com a data de outubro de 2012. O programa de transferência de renda beneficia 13,8 milhões de pessoas em todo o país.
Ana Paula, que tem quatro filhos e há dez anos sustenta a família com os R$ 400 que tira por mês recolhendo latinhas e garrafas pet do lixão, afirma que ficou "indignada". "Imagina essas pessoas em outro estado, esperando esse cartão chegar, e nada. Quantas famílias não precisam disso para pagar o pão e o leite dos filhos? O que tem sido feito com esse dinheiro?", questionou.


A catadora disse que vai guardar os cartões até ser procurada por uma autoridade. As polícias Civil e Federal informaram ao G1 ainda não ter conhecimento sobre o caso. O Serviço de Limpeza Urbana também falou que, apesar de saber do ocorrido, cabe aos agentes resolverem a situação com Ana Paula.
 
 
A Caixa informou que os cartões do Bolsa Família são encaminhados pelo correio, por meio de remessa registrada monitorada, ao endereço cadastrado pelo beneficiário. O banco disse ainda que, nos casos em que identifica desvio de finalidade ou uso indevido do cartão, comunica os fatos à Polícia Federal.

O Lixão da Estrutural tem dois mil trabalhadores e recebe cerca de 2,5 mil toneladas de resíduos por dia. Por determinação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, os lixões de todo o país devem ser desativados até 2014. A área que vai receber o novo aterro do DF fica ao lado da estação de tratamento da Caesb em Samambaia.

O novo espaço terá solo impermeabilizado para evitar a contaminação e o chorume vai ser tratado.O projeto do aterro também inclui o aproveitamento do gás metano resultante da decomposição do lixo para produção de energia. A Política Nacional de Resíduos Sólidos também determina, até 2014, a implantação da coleta seletiva.

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