"Nem tudo são perdas. Algumas coisas são livramento" Feliz 2014

Carlos Almeida

Aproveite esse ar de renovação de ciclos e se proponha a um recomeço, reinício! Nada de sair por aí dizendo "Feliz 2014? Feliz por quê?"

Falar, falar o quê? Reveion chegando e você preparando aquela roupa cara pra impressionar os outros com um dinheiro que não tem, ou que tem, mas que não pararia pra ler um teXtículo meu. Ei-lo aqui pois, para a sua "não-leitura". Luzes apagadas acendo o pisca-pisca e olhando para trás sinto paz e cansaço junto com os estouros dos fogos de artifício. A trilha é longa e eu prefiro o descanso dos justos. Como diria o apóstolo São Matheus "Nem tudo são perdas. Algumas coisas são livramento". E eu me livrei de poucas e boas!

Diz-se do indivíduo marxista ser um sujeito estático por que seu discurso não varia e tudo redunda na luta de classes. Mas alguém ao menos se deu ao trabalho de se indagar os motivos pelos quais o discurso não varia? E o modelo\modo de produção capitalista mudou? A Sociedade mudou? As relações de exploração e dominação do homem pelo homem mudaram? Parece que o que mudou foi o marxismo e hoje em dia dá vergonha dizer-se marxista diante de uma esquerda pútrida, fétida, ladra, guerrilheirazinha de merda que aderiu a globalização e aos discursos dóceis.

E me desculpem, não é ranço de chato, mas que em 2014 sejamos menos egoístas, mais altruístas, mais solidários, discretos, sem ostentação. Visitemos o "Lar do Irmão Velho" aqui da cidade pelo menos uma vez no mês, firmemos a meta de agredir menos ao nosso próprio corpo com bebidas alcoólicas e a nós mesmos. Que em 2014 possamos cantar mais no chuveiro, excelente terapia. Que possamos nos lembrar dos famintos na guerra civil angolana. Ou dos famintos aqui mesmo na cidade. Andemos mais a pé ou de ônibus. Sim, deixe o carro em casa! Saia mais cedo! Ame-se mais!

 

Não vou aqui entoar aquele poema "filtro solar". Já está batido. Mas não esqueça de cuidar dos seus joelhos pois um dia você irá precisar deles. Palavra de um ex-atleta. Se for fechado no trânsito, esqueça... se pisarem no seu dedão, ignore...se pedirem seu ombro, dê o encosto precioso e também chore. Não, ninguém é melhor ou pior do que ninguém, são as circunstâncias sociais que geram o mendigo. Não se esqueça...julgue menos... leia mais!

E quem sabe, se sobrar tempo ame... ame por mim, que não acredito mais no amor. Ame à vontade. Debruces-se no amor, por que é bom amar. Das coisas mais maravilhosas que já se criou por sobre a terra, ah, o amar, o amor de Quintana e...e Drummond... ame à vontade e por mim... não se esqueça... de amar por mim.