Esse texto é resultado de um insight disparado após a
afirmação de uma pessoa próxima, a qual eu prefiro manter anônima aqui, de que “a
idade um dia chega”. Pra uns!
Tenho por convicção o entendimento de que a vida é uma
dádiva. E longe de ser um peso, o envelhecimento deveria ser entendido como a
oportunidade de amadurecimento e de aquisição de conhecimento.
Sabemos que infelizmente nem
sempre ambos andam de mãos dadas. É comum vermos nos noticiários policiais
pessoas dotadas dos mais amplos conhecimentos nas diversas
áreas de conhecimento desde a ciência, juízes, médicos, professores, cientistas envolvidos
com escândalos de pedofilia, estupros, desvios e de transtornos de conduta que
nos faz questionarmos para quê ou como adquiriram um status tão alto na sociedade
por conta dos títulos e nomeações a que chegaram e serem portadores de desvios tão grotescos, denotando a complexidade da alma
humana ainda obscura aos nossos olhos.
Ser portador de um grande
conhecimento nem sempre representa aquisição de amadurecimento.
Voltando, creio que o objetivo do
ser humano, na forma e estrutura na qual está composta o modelo e estrutura do
mundo como o vemos, é o amadurecimento d`alma e a aquisição do conhecimento vem
à custa deste primeiro.
A criança ou o ser criança vem
como brinde.
Deus em sua grande sabedoria não
poderia ter nos feitos já adultos, apesar da beleza da poesia onde o poeta fala
que nasceríamos da lápide e morreríamos no ventre materno, é só uma poesia,
linda por sinal. Mas o caminho é para frente e não o contrário. Nesse sentido é
que o bebê irrompe o ventre que o acrisola e com um estampar do choro clama e
fala: nasci. Daí em diante é toda essa epopeia representada pela tragédia
humana.
Não entendo por que algumas pessoas se intimidam tanto com a idade. Talvez pelo medo de envelhecerem sozinhas. Talvez por perceberem que com o envelhecimento o corpo muda. Talvez... Talvez... Todos estes pontos anteriores, se verdadeiros, denotam falta de amadurecimento. Sim, por que se você não viveu o suficiente pra perceber que antes de qualquer outra presença, a sua própria, lhe basta, você não amadureceu nem pra amar a você mesmo. E quanto ao corpo, será que o principal, o mais importante, é a estética? Se o tempo passou e você acha que sempre terá ou deveria ter um corpo de 30, desculpe, mas você não amadureceu.
Não entendo por que algumas pessoas se intimidam tanto com a idade. Talvez pelo medo de envelhecerem sozinhas. Talvez por perceberem que com o envelhecimento o corpo muda. Talvez... Talvez... Todos estes pontos anteriores, se verdadeiros, denotam falta de amadurecimento. Sim, por que se você não viveu o suficiente pra perceber que antes de qualquer outra presença, a sua própria, lhe basta, você não amadureceu nem pra amar a você mesmo. E quanto ao corpo, será que o principal, o mais importante, é a estética? Se o tempo passou e você acha que sempre terá ou deveria ter um corpo de 30, desculpe, mas você não amadureceu.
Quando era mais novo não entendia
por que tínhamos que ir todos os dias para a escola. Para aprendermos, certo.
Mas eu era muito novo pra entender isso e a escola em si sempre foi (e é até
hoje) um espaço grande entre o cotidiano não formal e a reprodução do
conhecimento formal dentro do espaço da instituição escolar. Inclusive na
interpretação das subjetividades do aluno. Do ser humano. Adquirir o conhecimento acumulado pela humanidade. Eis a função da escola (ou pelo menos deveria). Só que a aquisição desse conhecimento não se dá de forma espontânea, ou seja, não basta nascermos humanos para sê-lo ou nos apropriarmos do conhecimento humano acumulado. Esse conhecimento é o que se entende por cultura.
Daí a adolescência
é um “tapa” digamos assim e depois a juventude com todos os seus devaneios. Muitos crescemos e não amadurecemos ou não
amadurecemos como deveríamos. Muitos recebemos uma quantidade enorme de
informações e a acumulamos mas ainda possuímos uma alma seca, árida, ou
precisando carpir, adubar.
Envelhecer é uma dádiva como
amadurecer é uma dádiva e adquirir conhecimentos também. Hoje posso olhar para
trás e reconhecer meus erros, que embora façam e digam quem eu sou assim como
foram necessários para meu amadurecimento e conhecimento, posso dizer que não preciso
mais deles tanto quanto não preciso provar o gosto de todos os oceanos para
saber que o teor de salinidade deles varia de um para o outro, desde o Mar Morto
até a praia de “Cabuçu” ou da Ilha de Itaparica aqui na minha Bahia.Outros os cometeria de novo, mesmo tendo o conhecimento suficiente para saber que poderiam me causar danos ou mal. Lembra do que eu falei acima sobre a complexidade da alma humana?
A idade um
dia chega! Que chegue!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui sua opinião!