quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Manobra da base aliada do governo impede convocações da CPI do Petrolão pelo Senado

Depois das denuncias feitas de que a então candidata Dilma Rousseff sabia sim da existência do esquema chamado de "Petrolão" (e inclusive teve sua campanha de 2010 financiada pelo mesmo) a postura e o discurso da mesma foi que apoiaria as investigações, "custe o que custar", para que os envolvidos fossem punidos. 

Deputado Enio Bacci (PDT-RS): denúncia de pressão da base (Reinaldo Ferrigno/Agência Câmara/VEJA)

Não foi o que aconteceu ontem, terça-feira, 12/11. 

Em uma manobra espúria o governo com a sua base aliada esvaziou a primeira parte da reunião, na qual seriam votados os requerimentos de convocação de Sérgio Machado, presidente licenciado da Transpetro, e de Renato Duque, ex-diretor de Serviços da estatal. Após alguns encaminhamentos iniciais, quando o quórum estava completo e a oposição se preparava para a abertura de uma reunião extraordinária na qual seriam votados requerimentos de convocação de petistas, a Ordem do Dia do Senado teve início surpreendentemente cedo e o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), encerrou os trabalhos de forma incomum – a oposição pedia que a sessão fosse apenas suspensa, o que tornaria possível a votação dos requerimentos ainda na terça-feira.

Ou seja, para quem disse que não tem nada a temer, para quem chamou a revista VEJA de pregar o terrorismo eleitoral e se dizer vitima das denúncias feitas pela mesma, esse comportamento e tipo de manobra não parece vir  de quem não deve explicações para a sociedade. No caso, o governo e quem a dirige, a presidente Dilma.


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