Nas primeiras imagens da nova série da Rede Globo sou surpreendido
por uma experiência ( ou situação ) no mínimo inusitada: Um casal em
terapia entende, junto com a sua terapeuta, de que o relacionamento está
desgastado e precisam de algo para "apimentar" a relação. A solução
encontrada pelo marido (que ao que parece é o único a impor soluções,
como se um relacionamento fosse construído apenas com um lado) é
contratar uma prostituta, uma profissional do sexo, para se entregar aos deleites sexuais com ambos.
Acredito que existem sérias distorções nessas mensagens que nos é
apresentada pelo cerco fictício que ora nos afigura como uma regravação
moderna do seriado "Quem ama não mata", apresentado pela mesma Rede
Globo no início dos anos 80 se não me engano. Repaginado e da forma como
esta sendo colocado em seu primeiro capítulo, a série coloca o sexo
entre os casais como o principal aporte a ser considerado quando o
relacionamento "esfria".
Lamento muito que a televisão, a
despeito de sua importância na sociedade pelo poder que tem, se permita a
passar, em horário nobre, neste e em outras várias produções, uma serie
de distorções e desvios de comportamento que ao invés de serem tratados
como tal, alimentam o imaginários dos mais descuidados, uma
oportunidade expressa de degradação familiar, do amor, do respeito entre
duas pessoas que resolveram trilhar suas vidas juntas enquanto casal.
E não me venham com modernismos ou neologismos! Acho absurdo e pronto! O Sexo é apenas um dos pontos de um relacionamento entre duas pessoas e não deveria ser o principal, apesar de sua importância. Colocar uma profissional do sexo entre um relacionamento de um casal, ao meu ver, mostra que este relacionamento já não está bem, haja vista que o respeito não impera mais entre ambos, havendo a necessidade de se colocar uma terceira pessoa, absolutamente fora do contexto, das lutas, das conquistas, dos sentimentos. E o que é pior, uma pessoa motivada tão somente pelo dinheiro.
Infelizmente, na busca pela audiência, algumas televisões não refletem a respeito da sua importante função social e ao invés de estimular valores considerados positivos para a sociedade, reproduzem o que de pior e mais torpe podemos cultivar nela.
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