domingo, 8 de fevereiro de 2015

Chacina do Cabula?

Constituição Brasileira de 1988 em seu artigo 5.°, inciso LVII: "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória".

 
Antes de qualquer coisa quero deixar bem claro que não estou aqui a defender bandidos muito menos ladrões. Mas, acredito que aqui se faz necessário como em tudo, algumas considerações críticas com relação a atuação da policia no massacre de bandidos ocorridos na madrugada de sexta-feira no Cabula. As declarações dão conta de que os policiais receberam uma informação de que bandidos estavam se organizando para fazer um assalto a banco.

  • Primeira questão? Quem foi o informante? De onde procedeu esta informação?

Em seguida, a informação que a policia militar passou através do seu comando é que ao chegar no local onde os bandidos estavam os mesmos teriam sido recebidos a bala por cerca de 30 homens, bandidos portadores de forte armamento, muitos deles de grosso calibre e de uniformes com cores semelhantes as cores usadas pelo exército.

  • Segunda questão: Quantos eram na verdade? 30 bandidos? 40 bandidos? 50 bandidos? TODOS eram bandidos?
De quem partiu a ordem para atirar? Em algum momento os policiais pensaram na segurança da população que não tinha nada haver com o contexto? As respostas ainda não são dadas de forma clara e os relatos da população é de que bandido bom é bandido morto, de que a  policia esta de parabéns, o secretário de segurança vem em cadeia televisiva afirmar de que a policia não vai tolerar abusos por parte de bandidos e por fim o governador aproveitando a oportunidade alfineta o Estado de São Paulo que não tem nada haver com a história, isenta os policiais de matarem sumariamente cerca de 14 pessoas (supostamente) bandidos, dizendo que para o carnaval esta tudo bem, esta tudo certo.
  • Terceira questão: Houve mesmo troca de tiros?  
 Pois bem!

Famílias dizem que mortos no Cabula eram inocentes: "eles protegiam a gente. Temos medo é da polícia" http://glo.bo/1DQWnij


Familiares das vítimas disseram que foram ameaçadas no bairro por policiais - que apontaram armas para os ônibus que saíram do fim de linha da Engomadeira para o enterro - e garantiram que havia policiais à paisana no cemitério.“Eles estão botando medo, enfrentando a gente com armas. Os meninos protegiam a gente. A gente tem medo é da polícia”, disse uma mulher que mora no bairro há 59 anos, pedindo anonimato. “É uma injustiça. Eles têm que pagar. É tudo mentira o que estão dizendo”, bradou uma tia de Natanael que não quis se identificar, ao defender que o confronto alegado pela polícia não existiu. Todo mundo gostava do meu filho... Ele era inocente! Agora vou criar os dois irmãos sozinha e trabalhar sozinha, porque era ele quem me ajudava”, lamentava, aos berros, a costureira Marina Lima de Oliveira, 56 anos. Avó de Natanael, ela o criou como filho junto com os dois irmãos.

Pode uma policia em plena madrugada invadir um bairro pautada apenas em suposições e sair atirando a ermo, sem abordar, sem arguir, sem antes se certificar de quem é ou não bandido? Em se tratando de bandidos, pode vir o governante do Estado, o gestor maior da instituição e não apenas abona como incentiva os seus tutelados a agir da forma como agiram? E quantos foram os números oficiais de mortos? 13, 14 ou 15? É pouco? O Governador não se envergonha disso?

Quero reforçar aqui que não sou nem estou a defender bandido ou ladrão. Só acho estranho como as coisas aconteceram, o relatar e o transcorrer dos fatos. O que nós sabemos e que o preconceito impera sobre o povo do subúrbio marginalizado e as vésperas do carnaval um governo preocupado com aparências e com uma pseudo-imagem de segurança urbana pode tudo. Sabemos de que este governo camuflado de democrático mas que não passa de uma ditadura de esquerda é capaz de fazer. 
  • Ultima questão: Quem será por essas famílias?
A sociedade precisa de esclarecimentos, de informações mais precisas, de respostas mais contundentes. A função das policias, seja ela militar ou civil não é agir como grupos de extermínio ma sim garantir a segurança, e segurança de todos e não apenas de alguns seus tutelados.

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