quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Apenas os servidores do Estado pagam a conta da crise? Cadê a APLB?

 "Conclamar as pessoas  a acabarem com as ilusões acerca de uma situação é conclamá-las a acabarem com uma situação que precisa de ilusões" (Marx)


"O governador Rui Costa elegeu os servidores públicos do Estado da Bahia para pagarem a conta da crise econômica e compensarem a incompetência da atual gestão da Secretaria da Educação, que não consegue pagar o reajuste aos professores da rede, anunciando reajuste zero. Como se não bastasse, o sindicato se calou, não se manifesta com relação ao silencio do governo, a data-base do funcionalismo (1º de janeiro) não esta sendo respeitada e não houve Assembleia Estadual com a categoria a fim de tratar a pauta de reivindicações. Portanto, mais uma vez, a categoria esta sendo enganada, desrespeitada e violentada nos seus direitos. 

Além disso o Estado está querendo impor 18,16% de perda salarial (diferença acumulada do IPCA desde 2013) ao funcionalismo público estadual. Para o leitor entender o que isso representa, pegue o seu salário atual, aplique este percentual e depois multiplique por 12 meses. O resultado é quanto será confiscado no ano de 2016 de cada servidor estadual que ganha igual a você. Pense, não é pouca coisa".

Não devemos aceitar aceitar esse confisco! Não adianta o governo falar em limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal uma vez que já se sabe que no caso da Educação, os valores advindos do FUNDEB não são passíveis de incorrer nesta lei, não se aplicam a lei de responsabilidade fiscal. O governo precisa detalhar claramente quanto se gasta com Reda e com terceirizados e revelar por que nunca abre a caixa preta do FUNDEB para que a categoria saiba o que é feito com o dinheiro que vem para a Educação.

Como sempre ficamos de mãos atadas, subjugados a um sindicato cooptado, que se transformou num órgão fechado, dirigido há anos com mãos de ferro por um pequeno grupo, coincidentemente, o mesmo que estava lá em 2006 - quando Wagner derrotou Paulo Souto - e que queria deflagrar uma greve geral no início do governo petista.

Onde o sindicalismo sem partidarismo APLB? O Ministério da Educação (MEC) anunciou reajuste do piso salarial dos professores de escolas públicas no dia 14 de janeiro. Segundo o ministério, a categoria receberá um reajuste de 11,36% devido a perdas inflacionárias e o piso passaria de 1.917,78 para 2.135,64 reais. Em Feira de Santana o sindicato se mostra um leão - deflagram greve, falam em direitos e citam leis.  Mas, e os professores do Estado, como ficam? Para nós não existem direitos e leis?


A visão que talvez o governador tenha é que servidor público não tem família, filho na escola e contas para pagar. Infelizmente, quando se fala de salário e compromissos a quitar, não existe milagre da multiplicação. Se as demandas aumentam (muitas acima da inflação, como plano de saúde, energia e água, por exemplo) e o vencimento do funcionário público não é corrigido, é evidente que ele não terá como quitar suas obrigações.

Ajustes são necessários e os professores não são nem jamais serão contra medidas que visem economizar em tempo de crise para garantir o funcionamento da máquina pública. Não é isso! Mas ajuste feito em cima do lado mais fraco é como pescar em aquário, enquanto os tubarões dominam o mar e ficam com o grosso do pescado. 

Enquanto isso as salas estão abarrotadas de alunos esperando o melhor de um professor aviltado, desrespeitado, mal tratado e ludibriado. Com salários aviltados e perdas tão grandes - repetimos, 18,16% em três anos  , não tem trabalhador que consiga cumprir bem o seu papel.

Quando a APLB sindicato convocará uma assembleia para tratar dos interesses dos professores do Estado?

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