quarta-feira, 2 de março de 2016

Professores da rede estadual que trabalham na zona rural de Feira ameaçam paralisar as atividades

Os professores da rede estadual de ensino, que trabalham na zona rural de Feira de Santana, estão sinalizando a possibilidade de uma paralisação, devido ao corte do benefício Difícil Acesso. Esse bônus é dado a profissionais que trabalham em unidades de ensino que são consideradas complicadas para se chegar, do ponto de vista de mobilidade urbana.

De acordo com o professor Eric Souza de Jesus, esse benefício, que faz parte do plano de carreira, foi cortado sem aviso prévio, sem uma nota pública e os professores estão aguardando uma resposta do governo e da direção sindical.

“No mês passado o sindicato lançou uma nota dizendo que estaria lançando esse provento em folha suplementar, mas veio cortado novamente. Isso não está ocorrendo apenas na região de Feira de Santana, mas na Bahia toda. São cortes aleatórios. Tem professores dentro da mesma unidade que recebem e outros não. Os professores passam uma dificuldade. Tem gente que tem que pegar carona para ir dá aula”, destacou.

Segundo o professor Eric Souza, o corte ocorreu no mês de janeiro e em fevereiro os professores também não receberam. Ele afirma que a intenção dos professores é reunir todas as escolas da região que sofreram com essa perda de benefícios e na segunda-feira realizar um ato público para cobrar do governador explicações sobre o corte.

“Esse é um benefício garantido por plano de carreira. Ninguém nos dá nenhuma resposta. A gente ver uma pressão muito grande da APLB a nível municipal, mas a nível estadual deixa a desejar nesse sentido. A gente só consegue contato por telefone, eles dizem que vão resolver, mas até agora nada”, afirmou.

A professora Jailma Ferreira, diz que a categoria tem direito adquirido e também reclamou da posição da APLB com relação aos professores do estado. Ela afirma que desde janeiro a maioria dos professores teve o difícil acesso cortado, que é um direito adquirido e está no estatuto.

“Existe uma falta de compromisso com a educação. Eu não entendo onde está a pátria educadora, pois estamos no último degrau. Procuramos diretores da APLB, mas não encontramos na sede. Disseram que os diretores estão cuidado de diretos dos professores do município. Então eles só se preocupam em apedrejar o município porquê é oposição? Eles não estão nos representando”, desabafou.

Em resposta, a diretora da APLB-Feira, Marlede Oliveira, disse que o sindicato não está dando mais atenção ao município do que ao estado. Ela afirma que as duas lutas são diferentes e que a APLB vai tomar providências em relação ao corte do benefício Difícil Acesso, referente a rede estadual de ensino.

“A luta do município é por reserva de carga horária, que os professores do estado já têm há muito tempo. Temos uma lei no estado de 30% para o Difícil Acesso. No mês de janeiro alguns professores perderam esse benefício. Procuramos o governo do estado e fomos informados que seria feito o pagamento junto com o recebimento que ocorreu ontem, mas isso não aconteceu. Já me comprometi que vamos para Salvador fazer uma manifestação na frente da secretaria. Isso deve ocorrer ainda nesta semana. Vamos tomar as providências”, declarou.

Fonte: AcordaCidade

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