Os professores da rede estadual de ensino, que trabalham na zona rural
de Feira de Santana, estão sinalizando a possibilidade de uma
paralisação, devido ao corte do benefício Difícil Acesso. Esse bônus é
dado a profissionais que trabalham em unidades de ensino que são
consideradas complicadas para se chegar, do ponto de vista de mobilidade
urbana.
De acordo com o professor Eric Souza de Jesus, esse benefício, que faz
parte do plano de carreira, foi cortado sem aviso prévio, sem uma nota
pública e os professores estão aguardando uma resposta do governo e da
direção sindical.
“No mês passado o sindicato lançou uma nota dizendo que estaria lançando
esse provento em folha suplementar, mas veio cortado novamente. Isso
não está ocorrendo apenas na região de Feira de Santana, mas na Bahia
toda. São cortes aleatórios. Tem professores dentro da mesma unidade que
recebem e outros não. Os professores passam uma dificuldade. Tem gente
que tem que pegar carona para ir dá aula”, destacou.
Segundo o professor Eric Souza, o corte ocorreu no mês de janeiro e em
fevereiro os professores também não receberam. Ele afirma que a intenção
dos professores é reunir todas as escolas da região que sofreram com
essa perda de benefícios e na segunda-feira realizar um ato público para
cobrar do governador explicações sobre o corte.
“Esse é um benefício garantido por plano de carreira. Ninguém nos dá
nenhuma resposta. A gente ver uma pressão muito grande da APLB a nível
municipal, mas a nível estadual deixa a desejar nesse sentido. A gente
só consegue contato por telefone, eles dizem que vão resolver, mas até
agora nada”, afirmou.
A professora Jailma Ferreira, diz que a categoria tem direito adquirido e
também reclamou da posição da APLB com relação aos professores do
estado. Ela afirma que desde janeiro a maioria dos professores teve o
difícil acesso cortado, que é um direito adquirido e está no estatuto.
“Existe uma falta de compromisso com a educação. Eu não entendo onde
está a pátria educadora, pois estamos no último degrau. Procuramos
diretores da APLB, mas não encontramos na sede. Disseram que os
diretores estão cuidado de diretos dos professores do município. Então
eles só se preocupam em apedrejar o município porquê é oposição? Eles
não estão nos representando”, desabafou.
Em resposta, a diretora da APLB-Feira, Marlede Oliveira, disse que o
sindicato não está dando mais atenção ao município do que ao estado. Ela
afirma que as duas lutas são diferentes e que a APLB vai tomar
providências em relação ao corte do benefício Difícil Acesso, referente a
rede estadual de ensino.
“A luta do município é por reserva de carga horária, que os professores
do estado já têm há muito tempo. Temos uma lei no estado de 30% para o
Difícil Acesso. No mês de janeiro alguns professores perderam esse
benefício. Procuramos o governo do estado e fomos informados que seria
feito o pagamento junto com o recebimento que ocorreu ontem, mas isso
não aconteceu. Já me comprometi que vamos para Salvador fazer uma
manifestação na frente da secretaria. Isso deve ocorrer ainda nesta
semana. Vamos tomar as providências”, declarou.
Fonte: AcordaCidade