sábado, 25 de junho de 2016

Sobre a transitoriedade da vida...




Não sou escritor dos bons, mas aqui vão alguns rabiscos. Há algum tempo coloquei no perfil do meu blog eu como sendo aquele “que quando criança subia no telhado para contemplar as estelas”. E era a pura verdade! Contemplar o universo sempre me fascinou. O Brilho das estrelas, seu mistério e luminosidade. E esse amor não correspondido me fazia querer saber sempre mais e mais a respeito do mesmo.

Assim como subia no telhado a noite para contemplar as estrelas era fato que ainda criança, entrando na adolescência, me debruçava em enciclopédias a fim de entender o significado de "ano-luz", "buracos negros" e o "hidrogênio radioativo" que alimenta o nosso sol por exemplo. Não a toa aquela época era fã da série Cosmos de Carl Segan e dos filmes de Star Trek, com o capitão Kirk e o Dr. Spock.

E o encanto só aumentava.

Mas, esse texto não é sobre astronomia e muito menos sobre ficção cientifica. É sobre a transitoriedade e a volatilidade da vida. E sobre Deus também, claro.

Vamos lá. Esta semana mesmo li um dos textos do padre Fábio de Melo em sua rede social onde ele entre outras coisas ao falar sobre a pessoa amada dizia “Você nunca teve aquilo que nunca foi seu!”. Como assim Padre¿ Quer dizer que eu nunca tive a pessoa amada que se foi¿ “- É isso! Nunca!”. Simples assim! Chore, esperneie, mas o fato é esse! Então a partir d que nós percebemos o engano, o equívoco quando casais se separam e um dos parceiros entra em desespero, se suicida, ou se vinga tirando a vida da outra pessoa amada, ou entra em depressão. Nada disso! A outra pessoa nunca te pertenceu! Coma isso! Como ninguém jamais vai te pertencer a não ser você a você mesmo! Ponto.

Seguindo na investigação dos mistérios do universo aprendi que a velocidade da luz é enorme, mas a do pensamento mais ainda. No que tange a luz, para entender as distâncias entre os planetas no universo decorei que um ano luz corresponde a 9.860 trilhões de quilômetros e uns quebrados.

Durante muito tempo tinha decorado o valor por inteiro, como aprendi na enciclopédia, mas como foi um conhecimento que se tornou inútil de certa forma, fui esquecendo esses quebrados. O que implica ou quais as implicações, a relevância da velocidade da luz em um texto sobre a transitoriedade da vida¿ É que logo cedo descobri que a luz das estrelas que eu tanto admirava quando subia no telhado para contemplar já tinha saído da estrela a milhões de anos e não era nem nunca foi a luz ou o brilho da estrela naquele momento.
 
Na verdade é bem capaz que a luz que nós vemos, ainda hoje, das estrelas, ou pelo menos de algumas delas já se transformaram em anãs brancas, perderam seu brilho, ou se transformaram em buracos negros. Ou seja, a luz já viajou milhões de anos e o brilho que você vê não é de todo “verdadeiro”, mas o resultado de um brilho que saiu da estrela a anos. O que vemos é ilusão. Entendendo isso entendemos um pouco sobre efeito dopller, sobre  fenômeno Kepler e sobre a transitoriedade da vida.
 
“Vaidade das vaidades. Tudo é vaidade, diz o profeta”.
 
Diante de situações como esta comecei a me perguntar: Pra quê o apego¿ Ontem um bebê, depois adolescente, jovem, adulto, maduro e idoso enfim, tudo passa e todos estamos caminhando no mesmo sentido.

O termo budista para uma mente conturbada, ignorante e sem consciência de sua verdadeira natureza se chama “AVADIA”. E a finalidade do homem enquanto sua existência na terra seria encontrar o seu “Nirvana”. Parece loucura mas os pressupostos mais modernos da física quântica estariam, segundo o cientista e físico Fritjof Capra, associados as mais antigas tradições orientais. Nesse sentido é que eu sugiro a leitura dos livros “O Ponto de Mutação” (The Turning Point) e o “Tao da Física” (The TAO of Phisycs), livros incríveis, reflexões e “insights” mais incríveis ainda.

Mas, qual a relação de falar de tradições budistas orientais com a transitoriedade da vida, tema desse texto¿ 


Calma, chego lá...
 
Há um ritual sagrado muito antigo entre os monges budistas (link) onde os mesmos constroem mandalas belíssimas feitas de areia durante dias, meses as vezes e as mesmas são destruídas imediatamente após o término de sua confecção. Mandalas ricas em desenho, em cor, em beleza, feitas com a maior delicadeza e cuidado destruídas em segundos sob o entoar de mantras a nos ensinar que nada é eterno, nada é para sempre, tudo é transitório.

Dessa forma que o homem deve compreender que sua essência é espiritual e não material. Nesse sentido que o homem precisa entender que o tempo é transitório. A raiva é transitória. A paixão é transitória. A dor é transitória. A distância é transitória. A ilusão é transitória enquanto “avadia” em direção ao “nirvana”Aí agora você vai entender por que a minha música favorita se chama “Tempo Rei” do Gilberto Gil.

Dessa forma também, quando te fecharem no transito, se lembre, “tudo é transitório”! Quando estiveres em um engarrafamento, não se irrite e lembre-se “tudo é transitório”! Quando alguém te ofender, diminua o tamanho do seu ego e repita “tudo é transitório”! A vida, enquanto materialização da “avadia” é ilusão e enquanto ilusão é transitória em sendo vida e em sendo manifestação ou materialização de um estado ilusório.

Dessa forma mais uma vez que o homem deve compreender que sua essência é espiritual e não material. Mas e a verdade¿ É transitória¿ O amor é transitório¿ Deus é transitório¿ Não! Verdade é essência! Amor é essência! Deus é essência. Dessa forma, tudo que é verdade é eterno, tudo que é amor é eterno, Deus é eterno!
"Mas de todas essas coisas, o mais importante, é o amor!" (I Coríntios 13)

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