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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Ensino Médio está em grave crise

"O país perde em vários sentidos quando parcela dos estudantes que cursaram os anos iniciais do ciclo básico abandona a escola", afirma jornal

Fonte: O Globo (RJ)

A cada nova bateria de dados sobre a Educação, a precariedade do Ensino médio fica mais patente. O quadro não é desconhecido, mas preocupa, e cada vez mais. Desta vez, o mensageiro das más notícias é o Censo da Educação básica, de 2013.

Divulgado terça-feira pelo ministro da Educação, José Henrique Paim, o levantamento confirma a tendência de parte ponderável dos formados no ciclo fundamental se evadir da Escola. Enquanto 98% das crianças entre 6 e 14 anos estavam matriculadas nos primeiros anos do aprendizado formal, no segmento de jovens que devem cursar o ciclo médio, de 15 a 17 anos de idade, 15,8% não estudavam, na pesquisa feita em 2012.

A gravidade deste quadro está no fato de que o país perde em vários sentidos quando parcela dos estudantes que cursaram os anos iniciais do ciclo básico abandona a Escola. E o grande prejuízo não é nos recursos do contribuinte aplicados pelo Estado na Escola básica e, numa parcela, desperdiçados.
A maior perda é da oportunidade histórica, porque o país deixará de se beneficiar em sua integralidade do chamado "bônus demográfico", ao não conseguir qualificar a juventude para entrar no mercado de trabalho em condições de atender às necessidades do setor produtivo, crescentemente pressionado pela concorrência externa. Há, inclusive, implicações no financiamento da Previdência, dependente de novos contribuintes para arcar com os benefício de uma parcela crescente da população de aposentados.
Devido ao inexorável processo de envelhecimento da população, este "bônus" tem prazo certo para ser resgatado. No caso brasileiro, como a idade média já sobe em razoável velocidade, pode-se dizer que se está atrasado neste resgate.
É de extrema necessidade um projeto específico de aperfeiçoamento do Ensino médio público. Se foi possível começar-se a melhorar o ciclo fundamental, o mesmo é factível no período seguinte.

E terá de ser algo profundo, sem excluir o currículo, um dos polos das mudanças. Pois está evidente que o Ensino médio não motiva o adolescente, atraído pelo sonho de ganhar o próprio dinheiro no mercado de trabalho, em atividades que exijam menos qualificação. Ou, o pior, não estude, nem trabalhe, e entre no grupo dos "nem, nem".

Boa notícia do Censo é que cresceram as matrículas no Ensino médio em tempo integral e em cursos profissionalizantes. Isso indica caminhos para uma nova política. Mas mesmo aqui há problemas: de acordo com o cientista político Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, muitas Escolas de tempo integral não seguem o melhor projeto pedagógico. Usam, por exemplo, esportes para manter os Alunos na Escola.

Nada é fácil no setor educacional. Mas não há alternativa a não ser enfrentar com firmeza as dificuldades. 

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Professor do ensino médio já pode aderir a pacto



Já começou a adesão dos professores ao Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio, que este ano vai oferecer formação continuada a educadores de todas as disciplinas. A expectativa do Ministério da Educação é ter a adesão dos 495,6 mil docentes do ensino médio que trabalham em 20 mil escolas públicas do país.


A adesão dos professores deve ser feita no SisMedio, sistema informatizado de cadastro desenvolvido para atender ao público do pacto. A coordenadora-geral do ensino médio da Secretaria de Educação Básica (SEB) do MEC, Sandra Regina de Oliveira Garcia, afirma que o SisMedio será aberto na segunda-feira, 20. Segundo ela, o professor que aderir à formação será cadastrado pelo diretor da escola.


Cada educador receberá bolsa mensal de R$ 200 para fazer a formação, que será presencial e desenvolvida na própria escola. Para participar, o docente deve atuar em sala de aula e estar registrado no Censo Escolar de 2013.


Este ano, segundo Sandra Garcia, os professores cursarão dois módulos do pacto. O primeiro trata da formação comum a todos, organizada nos núcleos:


• Sujeitos do ensino médio
• Ensino médio
• Currículo
• Organização e gestão do trabalho pedagógico
• Avaliação e áreas de conhecimento
• Integração curricular


No segundo módulo serão abordados conteúdos das áreas do conhecimento, como ciências humanas, ciências da natureza, linguagens e matemática.


Os conteúdos, desenvolvidos por universidades públicas, serão inseridos nos tablets enviados no ano passado pelo MEC às secretarias de Educação dos estados e do Distrito Federal. Cada secretaria assumiu a responsabilidade de distribuir os tablets aos professores da rede. De acordo com Sandra Garcia, os professores vão destinar seis horas semanais à formação continuada. Serão três horas são de aulas coletivas e três de estudos individuais.


Estados — Para que os professores façam a formação do Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio é necessária a adesão das secretarias estaduais de Educação dos estados e do Distrito Federal. Até terça-feira, 14, formalizaram a adesão 22 unidades federativas. A expectativa do MEC, segundo Sandra, é que todas façam a adesão até o fim do mês para possibilitar a participação dos educadores.


A execução do pacto compreende trabalho conjunto. Estão envolvidos o Ministério da Educação, que propôs a ação e vai assegurar as bolsas de estudos e as pesquisas; as secretarias de Educação, responsáveis pelo ensino médio no país, e universidades públicas federais e estaduais. A participação das universidades depende de adesão. Hoje, segundo Sandra Garcia, 80 instituições manifestaram interesse em participar.


Bolsas — Os educadores das instituições de educação superior e das secretarias de Educação e os professores cursistas que fazem parte do pacto receberão bolsas mensais durante todo o período de formação. As bolsas, garantidas pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), estão divididas em tipos, conforme as atribuições dos educadores:


R$ 2 mil para o coordenador-geral da instituição de educação superior
• R$ 1,4 mil para o coordenador-adjunto da instituição de educação superior
• R$ 1,2 mil para o supervisor
• R$ 1,1 mil para o formador da instituição de educação superior
• R$ 1,1 mil para o professor formador regional do pacto nos estados e no Distrito Federal
R$ 765 para o orientador de estudo
• R$ 200 para o professor cursista e para o coordenador pedagógico.

O Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio foi instituído pela Portaria nº 1.140/2013, publicada no Diário Oficial da União de 9 de dezembro de 2013. Os critérios e normas sobre o pagamento de bolsas de estudos e pesquisa no âmbito do pacto constam da Resolução nº 51/2013, publicada no Diário Oficial da União de 16 de dezembro de 2013.