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domingo, 7 de abril de 2013

Greve dos professores da rede estadual de ensino em 2012. Que venham as greves em 2013!

Fico extremamente irritado com a fala de alguns colegas professores da rede estadual de ensino que afirmam em suas colocações que a greve de 115 dias o ano passado "atrapalhou" o ano letivo passado. 


Mais uma vez essa fala remete a uma postura alienada e apolítica daqueles que a utilizam de forma espontãnea e que não estão acostumados aos embates e participação democrática, coletiva e cidadã pelos direitos e consquistas sociais. Geralmente tenho ouvido esse tipo de fala de pessoas ligadas a direção ou vice-direção de escolas, muitas vezes estão a serviço do Estado e precisam garantir suas posições. "Bajuladores", "pelêgos", "puxa-sacos", use a alcunha que quiser. Ou a alguns pais de alunos que ao invés de terem engrossado as fileiras da greve à favor daqueles que educam seus filhos acham que a escola lhes servem de babás.

Greve é um momento de organização coletiva. É um momento de racionalização e união em prol de um objetivo. É um momento também de se mensurar o nível de organização política da classe. 

Por que que no regime militar não se podia fazer greve? Por que não havia liberdade! A mesma liberdade e repressão que o governo do Estado através do chefe do legislativo impôs a todos nós professores. Onde a diferênça?

Longe de ter atrapalhado o ano letivo de 2012, a greve foi legítima, mostrou a força da categoria. Ou suas fraquezas. No nosso caso em particular, dos professores do Estado, a greve da rede mostrou o quanto temos um sindicato que é coptado pelo poder e que a anos está na mão de um grupo, o PCdoB. Em um anacronismo absolutamente nefasto e  nefando, tivemos (e temos) como presidente do sindicato e entre seus diretores, membros do partido que é base de sustentação do governo do Estado e que reza a cartilha deste mesmo governo, o que é, no mínimo, absurdo.

Me perseguem até hoje. Ao passo de que em anos na luta me tem sido negado o processo de alteração de carga horária de 20 para 40 horas, de forma bem sutil e sucinta, descartado, perseguido por essa corja de ladrões mensaleiros que se instaurou no poder estes últimos anos na Bahia e no Brasil. Até mesmo no último concurso público pra professor do Estado, para obter mais 20 horas, fui aprovado em todas as questões objetivas mas nas questões abertas, inexplicavelmente, me ceparam em 2 questões. logo eu que tinha feito abertamente na ocasião campanha contra a presidentA e ao discurso contraditório petista. Coincidência? Duvido muito!

Fomos ameaçados, vilipendiados, perseguidos, desmoralizados, chamados de bandidos, de vagabundos e de ilegais pela Secretaria Estadual de Educação e pelo próprio governador do Estado em uma luta de correlação de forças desigual e desumana. Eu mesmo postei várias situações nesse sentido aqui no blog. Nesse período, professoras morreram, professores tiveram seus celulares grampeados, alguns foram coptados, se venderam. 

No entanto, só tenho a agradecer a muitos professores que me apoiaram. Colegas que até minha passagem pagaram para que eu pudesse participar de Assembléias em Salvador por que me negava a condição imposta pelo sindicato da obrigatoriedade de mostrar-se o contracheque com o repasse de sindicalizado em folha para ser permitido acesso as vans que levavam os professores de Feira de Santana para Salvador, em um momento que a união se fazia necessária. Conheci pessoas nobres. Pessoas que me mostraram pelo que se vale a pena lutar. Pessoas com moral e índoles ilibadas, francas, honestas e verdadeiras. Verdadeiros educadores. Estes não merercem o caos na educação em que a Bahia se encontram. Estes, a exemplo de mim, não mereceram ser perseguidos ou terem seus salários cortados como tiveram. 

Por fim, nos rendemos a esse governo tirano. Com contas a pagar, só nos restou a derrota. A humilhação.

Em pensar que um governo dito democrático na surdina retirou uma série de conquistas da classe trabalhadora da educação, motivado pelo lider do PT na camara dos deputados, em uma votação que jamais, repito, jamais nos esqueceremos.

Ninguém, nem a justiça, nos disse por que a Bahia não paga o piso salarial aos professores. Ninguém, nem a justiça, nos diz onde estavam e estão os recursos do FUNDEB. Nos imputaram um curso onde se avaliaria apenas a frequencia a fim de serem concedidos 14% de aumento a través de uma certificação que independe do piso salarial. E todo mundo aceitou e aceita. Sindicato não faz nada!

Temos que celebrar a luta. Em respeito aos colegas que se foram. Temos que celebrar a democracia e a liberdade. Denunciar a opressão, o engôdo, o uso abusivo do poder, a opressão

No começo de mais um ano letivo, o de 2013, quero dizer que a greve de 2012 nunca atrapalhou e que venham novas greves, que venham novas lutas. Que venham mais organizações e mobilizações a fim de que as máscaras caiam. Que venham Copa das Confederações e Copa do Mundo, Sr. Governador e Secretário de Educação. Que venha o pão e o circo.Mas, não se engane: não nos esqueceremos de 2012 em 2014.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Zé Neto e Rui Oliveira discutem durante transmissão na Rádio Metrópole

Deputado e sindicalista divergiram sobre reajuste salarial dos professores

Zé Neto e Rui Oliveira discutem durante transmissão na Rádio Metrópole
Foto: Manuela Cavadas / Metropress (arquivo)
Mesmo após o fim da greve de 115 dias que parou a rede estadual de ensino, o governo do estado e a APLB Sindicato permanecem sem se entender a respeito do reajuste dos professores. Na manhã desta quarta-feira (28), o Jornal da Bahia no Ar, da Rádio Metrópole, foi palco de uma discussão acalorada entre o coordenador geral da APLB, professor Rui Oliveira, e o deputado estadual Zé Neto (PT).

A polêmica começou quando o parlamentar, em entrevista a Mário Kertész, afirmou que não sabia por que os professores estavam protestando na Assembleia Legislativa (AL-BA), na segunda (26). Na ocasião, foi aprovado o projeto de nº 20.047/2012, que estabelece normas de promoção da carreira do magistério público do ensino fundamental e médio para os anos de 2012 e 2013.

"Eu não entendi o que a APLB queria ali [na Assembleia]. Nós tivemos uma greve, porque fizemos um acordo no dia 11 de novembro [de 2011] e depois, no dia 24, fizemos um projeto de lei e aprovamos esse projeto de lei em cima do que tinha escrito nesse acordo. Naquele dia 24 de novembro, eu me lembro, estava tudo tão bem. Fechamos o ano, todo mundo feliz, Rui Oliveira com os dentes nas costas, tudo bem. Em dezembro, foi festa com a gente, eu fui aplaudido de pé, tudo certo. Em fevereiro, muda o jogo: os professores, através da APLB, dizem que não querem mais saber daquele outro projeto", relatou.

Zé Neto, que é líder do governo na AL-BA, ainda afirmou que a administração estadual errou na condução da greve, mas afirmou que este é "o maior aumento da história da vida" dos professores na Bahia, em seis anos. "Tem noção do que é isso? Paulo Souto, da turma do DEM que faz um barulho danado por aí, em oito anos deu 6,4%, mas é oposição, então temos que respeitar", afirmou.

Em resposta ao parlamentar, Oliveira afirmou que não estava entendendo as declarações de Zé Neto e afirmou que, se fosse tudo verdade, não haveria motivos para as reivindicações da categoria.

"Tem uma coisa errada: se ele está certo, a categoria toda está errada. Eu acho que as pessoas devem ter bom senso de saber e ter a humildade de reconhecer que errou. Prepotência e arrogância não levam a lugar nenhum. A humildade faz eu repetir que eu errei e soube recuperar. Então, primeiro o acordo com o governo do estado foi feito em 11 de novembro de 2011. Zé Neto não estava presente. Estavam presentes o secretário da educação e de relações institucionais", rebateu.

Para finalizar a discussão, Rui disse que como o novo projeto não contempla todos os docentes, o sindicato irá recorrer junto à Justiça para solicitar a revogação da lei, que será sancionada nesta quarta (28) pelo governador Jaques Wagner. Os professores prometem realizar uma paralisação, dia 13 de dezembro, mas em protesto à aprovação do projeto que prevê curso de capacitação aos docentes.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Professores desocupam Assembleia Legislativa

Professores da rede estadual de ensino deixaram a Assembleia Legislativa da Bahia no fim da tarde desta sexta-feira (20) de forma pacífica. 

O Lider da bancada da oposição na Assembléia Legislativa da Bahia, Deputado Paulo Azi afirmou que o primeiro a contrariar a lei foi o próprio governo do estado ao não acatar a lei federal do Piso Nacional - vídeo - assim como não pagou o salário dos professores quando assim decretou a justiça em ordem expedida pela desembargadora Licia Laranjeira. 
vídeo

 Os grevistas  desmontaram o acampamento que estava armado há mais de 90 dias no saguão da instituição e desceram a rampa que dá acesso à unidade aos gritos de “na ALBA ou na rua, a greve continua”. Os professores informaram que o comando de greve irá ocupar uma escola pública da rede estadual e a paralisação não terminou.