Deputado e sindicalista divergiram sobre reajuste salarial dos professores
Foto: Manuela Cavadas / Metropress (arquivo)
A polêmica começou quando o parlamentar, em entrevista a Mário Kertész, afirmou que não sabia por que os professores estavam protestando na Assembleia Legislativa (AL-BA), na segunda (26). Na ocasião, foi aprovado o projeto de nº 20.047/2012, que estabelece normas de promoção da carreira do magistério público do ensino fundamental e médio para os anos de 2012 e 2013.
"Eu não entendi o que a APLB queria ali [na Assembleia]. Nós tivemos uma greve, porque fizemos um acordo no dia 11 de novembro [de 2011] e depois, no dia 24, fizemos um projeto de lei e aprovamos esse projeto de lei em cima do que tinha escrito nesse acordo. Naquele dia 24 de novembro, eu me lembro, estava tudo tão bem. Fechamos o ano, todo mundo feliz, Rui Oliveira com os dentes nas costas, tudo bem. Em dezembro, foi festa com a gente, eu fui aplaudido de pé, tudo certo. Em fevereiro, muda o jogo: os professores, através da APLB, dizem que não querem mais saber daquele outro projeto", relatou.
Zé Neto, que é líder do governo na AL-BA, ainda afirmou que a administração estadual errou na condução da greve, mas afirmou que este é "o maior aumento da história da vida" dos professores na Bahia, em seis anos. "Tem noção do que é isso? Paulo Souto, da turma do DEM que faz um barulho danado por aí, em oito anos deu 6,4%, mas é oposição, então temos que respeitar", afirmou.
Em resposta ao parlamentar, Oliveira afirmou que não estava entendendo as declarações de Zé Neto e afirmou que, se fosse tudo verdade, não haveria motivos para as reivindicações da categoria.
"Tem uma coisa errada: se ele está certo, a categoria toda está errada. Eu acho que as pessoas devem ter bom senso de saber e ter a humildade de reconhecer que errou. Prepotência e arrogância não levam a lugar nenhum. A humildade faz eu repetir que eu errei e soube recuperar. Então, primeiro o acordo com o governo do estado foi feito em 11 de novembro de 2011. Zé Neto não estava presente. Estavam presentes o secretário da educação e de relações institucionais", rebateu.
Para finalizar a discussão, Rui disse que como o novo projeto não contempla todos os docentes, o sindicato irá recorrer junto à Justiça para solicitar a revogação da lei, que será sancionada nesta quarta (28) pelo governador Jaques Wagner. Os professores prometem realizar uma paralisação, dia 13 de dezembro, mas em protesto à aprovação do projeto que prevê curso de capacitação aos docentes.