Utilizados normalmente para navegar na internet ou disputar jogos virtuais, os tablets
estão se transformando em ferramentas para a educação. Em Salvador,
desde setembro, a Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e
Lazer (Secult) distribuiu 400 tablets para 13 escolas, beneficiando cerca de seis mil estudantes.
A ação integra o projeto Tecnologias Móveis na Escola, que
tem o objetivo de permitir que educadores e estudantes desenvolvam novas
formas de ensinar e aprender por meio da tecnologia.
De acordo com a Secult, o projeto ainda está em fase experimental e
deverá ser ampliado para outras unidades de ensino no próximo ano. Ainda
segundo o órgão, os educadores envolvidos na iniciativa estão sendo
capacitados com cursos de formação continuada.
Interdisciplinaridade
A Escola Municipal Padre Confa, no bairro do Costa Azul, é uma das 13
inseridas no projeto. Nesta unidade, os estudantes utilizam o
equipamento para atividades que envolvem várias disciplinas. “O aparelho
possibilita novas formas de aprendizado. Por meio do tablet,
eles podem aprender os conteúdos das disciplinas de maneira diferente,
mais atrativa”, afirma a professora de tecnologia da instituição de
ensino, Iza Lopes.
Na unidade, o primeiro projeto desenvolvido a partir do uso do tablet
foi à realização de um documentário sobre sustentabilidade, segundo a
vice-diretora da instituição, Litza Pedreira. O trabalho também contou
com a participação de estudantes de outras escolas da rede.
“Os alunos foram à Praia de Armação, fizeram um trabalho de limpeza e documentaram. Foi uma ótima experiência, pois eles aprenderam sobre técnicas de gravação e conteúdos de ciências”, relata Litza Pedreira.
Entusiasmo
Segundo a diretora da escola, Luzinete Moreira, o documentário gerou
outras ideias. “Eles gostaram tanto da experiência que agora querem
fazer um jornal”, diz.
Empolgados com a ferramenta, alunos se dizem estimulados a buscar novos conhecimentos. “A gente aprende e se diverte ao mesmo tempo. Podemos aprender os assuntos de uma forma diferente”, diz o aluno do quinto ano do ensino fundamental, Rodrigo Campos, 11 anos.
Já Anderson Tenório, 11, e Evelyn Costa, 13, gostam da possibilidade de poder compartilhar os trabalhos. “Com o tablet, podemos publicá-los na internet. É um incentivo para que a gente sempre melhore nossos trabalhos”, diz Anderson.
Professores
Assim como os alunos, os professores também se mostraram empolgados
com a ferramenta. “O que estamos fazendo é unir os velhos conteúdos com
os novos”, diz o professor do quinto ano, Jefferson Bonfim.
Dentro das escolas, todos os alunos têm acesso aos tablets e a organização das aulas com o aparelho dependerá de cada unidade. Os alunos utilizam os equipamentos apenas em atividades escolares.
De acordo com a coordenadora do Núcleo de Tecnologia Educacional da Secult, Ezileide Santana, as atividades são planejadas semanalmente. “Nas reuniões de planejamento, às sextas-feiras, o professor de tecnologia apresenta as propostas para a utilização do tablet nas outras disciplinas”, diz.
O principal objetivo do projeto é a produção de conteúdos digitais. “Já produzimos um documentário, e o próximo passo será a produção de um podcast. Os alunos se sentem mais incluídos na escola”, ressalta a coordenadora Ezileide.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui sua opinião!