Segundo Dieese, SP tem a cesta básica mais cara do País!
SÃO PAULO - São Paulo se manteve como a cidade mais cara entre as 18
pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (Dieese). Em março, o valor da cesta básica na capital
paulista chegou a R$ 336,26. Em relação a fevereiro houve alta de 2,96%
nos preços dos produtos essenciais. No primeiro trimestre do ano a alta
foi de 10,29%. Já na comparação com março de 2012 o aumento chega a
23,06%.
Em março, sete dos 13 itens que compõem a cesta paulistana
apresentaram elevação: tomate (15,68%), feijão (9,89%), farinha de trigo
(5,56%), batata (3,94%), pão francês (1,69%), leite in natura integral
(1,16%), e manteiga (0,26%). Outros seis itens tiveram queda no período:
óleo de soja (-3,43%) açúcar refinado (-2,34%), café em pó (-2,10%),
arroz tipo agulhinha (-1,98%), banana nanica (-1,84%) e carne bovina
(-0,82%).
Na comparação anual, apenas o açúcar refinado (-1,42%) teve recuo nos
preços. Assim como no mês anterior, quatro dos outros 12 produtos da
cesta que tiveram aumento registraram variações acima da encontrada para
o total da cesta: tomate (108,06%), batata (96,00%), arroz (30,00%) e
feijão (27,80%). Os outros oito itens tiveram alta abaixo do preço médio
da cesta: farinha de trigo (22,98%), óleo de soja (19,43%), pão francês
(18,09%), café em pó (9,93%), leite in natura integral (8,98%),
manteiga (8,37%), carne bovina (5,81%) e banana nanica (3,57%).
Ranking nacional
Depois de São Paulo, as capitais que registram os maiores valores das
cestas básicas são Vitória (ES), com R$ 332,24, Manaus (AM), com R$
328,49, e Belo Horizonte (MG), com R$ 323,97. Os menores valores médios
para o conjunto de alimentos básicos foram apurados em Aracaju (SE), com
R$ 245,94, João Pessoa (PB), com R$ 274,64, e Campo Grande (MS), com R$
276,44.
Completam a lista das capitais pesquisadas pelos Dieese: Salvador
(BA) que registrou o valor da cesta básica de R$ 281,05; Rio de Janeiro
(RJ), com o preço de R$ 314,99; Belém (PA), com R$ 291,86; Brasília
(DF), R$ 310,75; Fortaleza (CE), R$ 280,69; Porto Alegre (RS), R$
321,95; Curitiba (PR), R$ 294,78; Goiânia (GO), R$ 287,78; Recife (PE),
R$ 280,01; Natal (RN), R$ 279,24; e Florianópolis (SC), R$ 307,37.
Salário mínimo
Com base no custo apurado para a cesta de São Paulo, e levando em
consideração a determinação da Constituição do País que estabelece que o
salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um
trabalhador, O Dieese aponta que em março o salário mínimo necessário no
Brasil deveria ser de R$ 2.824,92, ou seja, 4,17 vezes o mínimo em
vigor, de R$ 678,00. Em fevereiro, o mínimo necessário era menor,
equivalendo a R$ 2.743,69 ou 4,05 vezes o piso vigente. Em março do ano
passado, o valor necessário para atender às despesas de uma família
chegava a R$ 2.295,58, o que representava 3,69 vezes o mínimo de então
(R$ 622,00).
De acordo com o Dieese, um trabalhador remunerado pelo salário mínimo
comprometeu, em março, 47,81% de seus vencimentos líquidos para comprar
os mesmos produtos que em fevereiro demandavam 46,91%. Em março de
2012, o comprometimento do salário mínimo líquido com a compra da cesta
equivalia a 41,94%.
O trabalhador de São Paulo comprometeu 53,91% do salário mínimo
líquido em março. Em fevereiro, o porcentual era de 52,36%. Em março de
2012, a parcela gasta com os gêneros alimentícios somou 47,75%. Segundo o
Dieese, "este aumento do comprometimento do salário com a aquisição da
cesta de alimentos está relacionado à elevação de preços acima da alta
do salário mínimo, verificada no período".
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