Prezad@s amig@s
Não quero aqui insinuar que o que falta ao atual governo baiano seja formação intelectual. Não quero, mas poderia, uma vez que nunca se viu, "na história desse país", um descaso tão grande com a qualidade
da educação na Bahia.
Um governo que tem como carro chefe um programa de alfabetização de adultos, chamado TOPA, não pode fazer parte do mundo contemporâneo, não pode ser levado a sério. (Lembrem-se que o governado recebeu alguns mil reais para cortar a barba e doar o dinheiro ao Instituto Airton Sena). Não estou aqui contra a alfabetização de jovens e adultos que não tiveram condições de aprender a ler e escrever no tempo desejado. Mas dizer que as crianças e jovens que estão fazendo os seus cursos na idade escolar deseja não podem sofrer com a desqualificação, cada vez mais forte, da educação básica e, agora, por último, das universidades públicas estaduais.
Caminhando na contramão do governo federal, que, mesmo que ainda de forma não desejada (os hospitais universitários estão em estado de calamidade, as condições físicas dos prédios são as piores possíveis, entre outras coisas), têm procurado investir na ampliação de vagas e na reposição de perdas salariais dos professores, o Governo da Bahia "mina" as suas universidades, retirando-lhes a autonomia, pagando, aos professores, os piores salários do nordeste (não estamos comparando com as universidades públicas do sudeste e sul), sem contar a total falta de condições de trabalho.
Por último, como se nada fosse contra a esse governo, o seu titular publica um documento congelando os salários dos professores até 2015. Tudo isso para economizar dinheiro para a Copa de 2014. (sic!). Não há como não imaginar que o custo da corrupção para a construção das obras será grande. Além da Copa, o governo do Senhor Jacques Wagner criou mais quatro secretarias e, para o seu gabinete, em particular, criou, segundo informações dos jornais, trinta e nove cargos comissionados. Em outras palavras, é muito melhor investir na corrupção, no atendimento de interesses políticos distantes dos interesses do Estado e da própria sociedade, do que investir (no nosso caso, manter, pelo menos, o que tínhamos: o direito a reajustes anuais, autonomia das universidade, entre outros) na qualidade da educação e, em particular, manter as universidades com condições de produzir conhecimento e formar cidadãos qualificados para o trabalho e para a pesquisa. Não podemos mais suportar governos e políticos que só visam os interesses pessoais de poder.
A democracia no Brasil está consolidada, por isso não nos interessa mais o discurso cínico da propaganda, a negociação em forma de negociata, ações que vão de encontro ao real interesse público. Não suportamos mais o jogo autoritário com discurso farsante da democracia. Queremos governos comprometidos, realmente, com o povo, com toda a Bahia. E para a Bahia ser de todos nos é preciso nos posicionar firmemente diante do estado político que nos encontramos, uma vez que não existe o grande salvador da pátria. É preciso educação de qualidade, fim da corrupção, investimento na saúde pública, universidades que possam contribuir com a construção de políticas públicas sérias. Só o investimento em pesquisa e em conhecimento pode fornecer os caminhos adequados para as decisões de interesse público. Não a "cabecinha" de um governo medíocre que quer destruir as suas instituições responsáveis pela formação de educação, pela produção de conhecimento, pela formação de técnicos competentes e do pensamento crítico.
As universidades, bem como a educação básica, a saúde, entre outras áreas, não pode ficar sob a decisão de um governo que só sabe fazer política e, diga-se, uma política rasteira, atrasada, que visa um projeto de eternização de poder.
Desculpem o desabafo, mas se concordam podem passar adiante. Caso não concordem, deletem.
Abraços
Silvio Carvalho
www.palcomp3.com.br/silviocarvalho
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