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domingo, 6 de abril de 2014

Professores do estado prometem acionar a justiça contra sindicato


Grupo acusa a APLB de favorecer os interesses do governo estadual em detrimento da categoria



Por do intermédio do vice-presidente estadual do Democratas, Heraldo Rocha, um grupo de professores organizados e liderados pela professora Sandra Borges entrou em contato com este Política Livre para repudiar o acordo feito na última quinta-feira (03) entre o Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado da Bahia – APLB e o governo estadual, que assegurou, segundo o governo, 14% de ganho real à categoria divido em três pagamentos desiguais (3,7% em julho de 2014, 5,15% em junho de 2015 e 5,15% em junho de 2016). Para Sandra Borges, o sindicato firmou esse acordo sem o aval dos professores. “Não nos consultaram. Aliás, desde 2013 não temos assembleias. Ficamos sabendo através da imprensa. Eles estão defendendo os interesses do governo, já que a diretoria é filiada a um partido pertencente à base alida [PC do B], e desprezando a categoria. Basta ver a garra que eles dedicam à luta dos professores municipais e comparar com a nossa”, afirmou. Ainda segundo ela, o mesmo sindicato foi o responsável por convencer os professores a encerrarem a longa greve de 2012, garantindo acordos contemplativos. “Ganhamos apenas 6% de aumento, junto com os outros servidores, e fomos obrigados a fazer um curso de progressão para ganhar mais dois aumentos de 7,5%. Mas e os aposentados e professores em licença médica que não puderam fazer o curso? O “benefício” ficou somente aos que estavam de sala aula”, explicou. Para o ex-deputado Heraldo Rocha, a atitude da APLB é uma vergonha. “É um absurdo, um verdadeiro calote contra os professores. Eles já não contam com o governo e agora não podem contar ao menos com o próprio sindicato. O jeito será se apegar a propaganda”, disparou. Sandra Borges prometeu que o grupo de professores fará uma assembleia no próximo dia 16 na quadra do Sindicato dos Bancários e ameaçou: “Buscaremos meios judiciais para reverter o acordo já firmado e estamos pensando em promover desfiliação em massa visando a criação de uma nova associação que lute, de fato, pelas nossas perdas salariais”.

domingo, 30 de setembro de 2012

Que moral tem o deputado José Neto?





Vendo as propagandas na TV do candidato do PT nas próximas eleições municipais sinto nojo no lodaçal e tremendo excremento que se tornou o PT e o PCdoB. E o que é pior, excremento cagado em conjunto. A bosta que o PT se transformou hoje representa um resultado  gerido “no coletivo”.  Isso mesmo, gerido em um coletivo do qual eu me arrependo de ter feito parte. E ainda piorou. Quando se tentou desconstruir o odor pútrido e fétido necroso do lodaçal de bosta fomos todos surpreendidos com a notícia de que o Paulo Maluf, isso mesmo, o criminoso, prefeito biônico na época, ladrão e corrupto Maluf estaria se aliando ao time do Lula. Demos a luz a essa porcaria toda. Colocamos eles no poder, afinal.

Chega de oportunistas. A sociedade amadurece. Determinadas práticas não passam mais despercebidas e seus autores invariavelmente pagarão pelos atos advindos delas.

Paulo Azi e a oposição na ALBA que apoiaram firmemente a última greve dos professores que o digam.  Quero destacar aqui o apoio do Azi que não conheço pessoalmente, mas tive oportunidade de conversar de forma virtual graças a Internet. O deputado ACM Neto e assessoria nos deu atenção direta. Deputada Graça Pimenta e assessoria que chegaram a ligar no meu telefone pessoal. Deputado Bruno Reis. A todos eles eu e um coletivo de professores separados da APLB por mim representados recorremos quando na tentativa de conseguir patrocínio para a fixação de “outdoors” em Salvador e aqui em Feira de Santana já que a APLB pelega do Governo do Estado, não fazia a sua função de informar aos pais e a maioria da população quanto aos reais motivos da greve e pra esclarecer que o Estado possuía sim dinheiro em caixa para pagar o piso nacional dos professores, como escrevi aqui no blog anteriormente (Leia texto aqui). Sim sou grato. 

Todos esses deputados e outros da oposição votaram contra o projeto que feria o plano de carreira da categoria e que transformava salários em subsídios. Todos estes deputados da bancada de oposição foram à favor do reajuste de 22,22% aos professores da rede estadual de ensino, ao contrário dos traidores do povo e da classe trabalhadora da educação na Bahia

Esses deputados todos, com razão, apontam a nós como culpados por termos colocado no poder hoje um PT fascista e populista. E o somos, sabemos disso.

Enquanto isso, me lembro que em plena assembléia fervorosa no pátio da ALBA, vir o presidente da APLB sindicato, empunhando o microfone e chamar a membros do DEM de “direita”, de “torturadores” e que não deveríamos recorrer a estes a fim de conseguirmos apoio foi, no mínimo, ridículo. Isso pouco antes de ouvir da boca de professores REDAS de que eles tinham sidos convocados em diário oficial para lecionarem aulas no lugar dos professores em greve “obrigados”, de forma ditatorial e sob coerção, tortura psicológica e principalmente medo (leia aqui). Veja vídeo aqui.

Ah, Carlos, seu imbecil, estúpido e burro, os petistas diriam. Você não sabe de nada. Não viveu na época onde José Dirceu lutava pela democracia? José Dirceu, ladrão do mensalão? Ele mesmo? Ah, Carlos, você é um ignorante, você não estava lá quando José Genuíno e Dilma, guerrilheiros, empunharam armas pela democracia se instaurasse nesse país. José Genuíno corrupto? Essa mesma guerrilha armada que trucidou vários à queima roupa, não torturou? Que espécie de gente chamaria a própria mãe pra ser guerrilheira em luta armada? Que espécie de verme mataria, executaria um amigo, colega de armas, por tê-lo considerado delator? Postei reportagem aqui DOSSIÊ Carlos Eugênio Paz "Clemente" - ALN, Guerrilhas, Torturas que ilustra bem que as coisas não foram bem como pensávamos que fossem, como tivessem sido.  Não sou e nem quero aqui fazer apologia a tortura muito menos aos torturadores, mas acho que essa “Comissão da Verdade” recém instituída deveria ouvir não apenas o lado do Estado no governo militar, mas do lado da guerrilha armada também. Guerra é guerra? Crime é crime? Façamos justiça com a devida e necessária assepsia então. Não percamos a oportunidade.

Que moral hoje vem o deputado José Neto e o PT levantar denuncias de desvios de dinheiro de ambulância aqui em Feira de Santana pelo ex-prefeito Jose Ronaldo? E o caso ocorrido com o desvio do dinheiro da FAMFS, veiculado no jornal Estado de São Paulo e publicado aqui em Feira de Santana em um outro Blog - (leia matéria na íntegra)? Mesma FAMFS que trouxe o populista presidente Lula em inéditas duas vezes em menos de 6 meses? E as denúncias onde o deputado Luciano Simões questiona secretário sobre aplicação de recursos do Fundeb onde no relatório do tribunal de contas mostra até roubo de ambulância, corrupção, superfaturamento, aumento no número de REDAS? O que se deu e o que foi feito dessas denúncias? Abafadas como as outras como a dos desvios envolvendo a ONGs filiadas ao ministério do esporte do PCdoB do Orlando Silva? E as suspeições do Tribunal de Contas do Estado em torno das contas nas obras da Nova Arena Fonte Nova (leia), que não deram em absolutamente nada? Falou-se em intervenção do Ministério Público e... nada. Aliás, sobre “legalismo” eu também já escrevi aqui neste blog e a forma como o governo do estado se beneficia do jurídico e das leis, ao seu bel prazer. Sofremos nas ultimas eleições, colegas professores bem o sabem. Alguns não saberão mais por que perderam suas vidas.

Só nos resta pedir que lavem a boca, deixem de ser hipócritas e examinem suas consciências e lá encontrarão a resposta por que José Ronaldo vai ganhar no primeiro turno das eleições aqui em Feira de Santana e por que ACM Neto também leva as eleições em Salvador. Primeiro haveremos de destituí-los do poder municipal. Em seguida, do governo do Estado. Quem viver, verá.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

100 dias de greve dos professores na Bahia de todos os nós


Hoje a greve dos professores da rede estadual de ensino completa 100 dias de greve.

Mais de um milhão de alunos continuam sem aulas sob as vistas da justiça que se faz de cega, surda e muda. A sociedade permanece apática ante o comportamento de ilegalidade do govêrno que, tendo visto que sua estratégia de manipular a opinião pública da sociedade através de um investimento maciço diário em notícias em horário nobre com relação a greve não deu certo - e ainda ficou ruim pra ele por conta dos gastos em propaganda com o dinheiro público, ainda assim não disponibiliza para a sociedade o caixa do FUNDEB - Fundo da Educação Básica onde, segundo informações do site do Tesouro Nacional, o governo baiano recebeu até o mês de Junho deste ano mais de 1 bilhão e duzentos milhões de reais via governo federal.

Enquanto isso os professores grevistas continuam com os seus salários cortados e mais de 30 mil famílias desses profissionais passando necessidades, fome e alguns óbitos. O jurídico baiano, leia-se ministério público,  afirma que não vai mais mediar e não há nenhuma perspectiva de resolução.

Nesse aniversário de 100 dias de greve, não há o que comemorar a não ser a resignação de uma categoria que está dando uma aula de democracia, de cidadãnia e de luta pela garantia dos seus direitos.

domingo, 8 de julho de 2012

TÁ ERRADO ! ! ! "15,72%" - Como assim APLB!?!



Por Carlos Almeida






Tenho sido vítima inclusive de prepostos da APLB durante as assembleias, que com o poder do microfone em punho e querendo se impor pela arrogãncia, uma pseudo-eloquência, nos lançam dardos flamejantes em suas falas, ao se referirem a grande interferência das redes sociais no espaço da cibercultura midiática nesta greve.

Como se não bastasse a inércia do ministério público do estado da Bahia e a morosidade do jurídico baiano ao tratar da greve, o diretor do SINDICATO DOS PROFESSORES, RUI OLIVEIRA, de forma distorcida, declarou numa entrevista gravada em vídeo no próprio site da APLB o mesmo conteúdo que a diretôra Marilene Betros já afirmara em momentos anteriores, de que "OS PROFESSORES ACEITAM O PARCELAMENTO DOS 15,72% RESTANTES NESTE ANO". Como assim parcelamento??? E como assim 15,72%? A LEI FEDERAL DO PISO NACIONAL estabeleceu um reajuste de 22,22% a serem pagos INTEGRALMENTE pelo governo estadual, valor inclusive repassados pela união via FUNDEB. Os 6,5% que a APLB sindicato, que o senhor RUI OLIVEIRA e a senhora MARLENE BETROS estão abatendo do total dos 22,22% estão sendo abatidos de forma ERRADA, uma vez que estes 6,5% foram concedidos a TODO o funcionalismo público do Estado e não aos professores somente e diz respeito as perdas inflacionárias. 

Dessa forma o valor correto é de 22,22% referentes a LEI FEDERAL DO PISO e pagos de forma integral, uma vez que o dinheiro já fora repassado e está no caixa do governo. 

Até quando?

QUEREMOS UM SINDICATO QUE NOS RESPEITE, QUE NOS REPRESENTE  BEM COMO REPRESENTE AOS NOSSOS INTERESSES E NÂO QUE NOS LUDIBRIE OU TENTE NOS MANIPULAR.


sábado, 30 de junho de 2012

Deputado apresenta números do FUNDEB; a Bahia ainda receberá verba complementar.

VIDEO: Sessão Especial Camara dos Vereadores de Feira de Santana - A greve na rede estadual de educação
Quinta - feira, 28 de junho de 2012. http://vs27.pytown.com/arquivos/sessoes/greve_professor.wmv

A Bahia está entre os nove estados da federação que recebem, em 2012, complemento do FUNDEB - Fundo Nacional da Educação Básica. A informação foi dada pelo deputado estadual Targino Machado, em discurso na sessão especial realizada pela Câmara para debater sobre a greve dos professores da rede estadual de ensino.
                                                                  Foto:Simone Trindade

O deputado observa que o Ministério da Educação define investimento por aluno, anualmente. Para 2012, de acordo com a portaria 1.809 de 28 de dezembro de 2011, definiu-se o valor de R$ 2.096,98, por estudante, no atual exercício. A  correção é de 21.2% em relação a 2011. 

Esse percentual, assinala Targino, é resultado do aumento da arrecadação de impostos. "O Estado que não consegue atingir esse patamar com a própria receita recebe complementação da União. 

Em 2012, nove estados receberão, incluindo a Bahia, que será contemplada com R$ 2 bilhões e 264 milhões em parcelas mensais. Já teria recebido metade desse total. O deputado disse que o Estado ficou com sobra do Fundef em seus cofres, do exercício anterior, de R$ 1 bilhão e 119 milhões. 





"Antônio Carlos Magalhães fazia assim; de dedo em riste fazia todas as ameaças com todos os xingamentos. Mas... pura bravata. Por que no outro dia ele acordava e esquecia de fazer as coisas que ele prometeu. E Wagner, por ser um elemento lhano, urbano, civilizado, elegante, cavalheiro, ele reune todas essas qualidades mesmo. Ele não lhe faz nada. Lhe mima num dia...lhe agrada num dia. E no dia seguinte ele faz tudo que Antônio Carlos Magalhães prometeu e não fez. Esse é o Wagner..."

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Paralisação de professores suspende aulas na rede pública de ensino da BAHIA



por Otaviano Moniz http://twitter.com/@octaviano

(Sugestão:pegar os U$ de Belo Monte,dos que investem no exterior,dos FDP dos golpistas do colarinho branco e dar um aumento ao professor.Mas "eles"querem manter o povo na ignorancia,distribuindo dentaduras e Bolsas Familia=voto de cabresto.Brasil = neo-escrav​idão!)

"Os professores pretendem suspender as aulas nesta terça-feira nas redes estadual e municipal de ensino da Bahia. Os profissionais aderem à paralisação nacional durante todo o dia, com o objetivo de pressionar o cumprimento imediato e integral o Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN) – Lei 11.738, que estabelece o piso salarial do magistério. A última paralisação nesta proporção ocorreu no dia 11 de maio. De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), apesar da lei já ter sido aprovada pelo Supremo Tribunal Federal no dia 6 de abril deste ano, os professores de alguns locais do país ainda recebem salários abaixo de R$ 1.597,87, por 40h de trabalho por semana. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB) também defende que um terço da jornada seja destinada para atividades fora da classe. A Bahia conta com média de 66 mil professores na rede pública de ensino, de acordo com José Lucas Sobrinho, diretor social da APLB. (G1)" 




segunda-feira, 27 de junho de 2011

De “gaiolas e asas” do Rubem Alves às correntes e mordaças da Educação na Bahia: o processo de certificação estabelecido pela Secretaria Estadual de Educação.



“Tudo fere o tempo, tudo digere. Atreve-se o tempo á colunas de mármore, quanto mais aos corações de cera” PDE. ANTONIO VIEIRA

Quem acompanhou e acompanha a escalada da classe trabalhadora ao longo da história brasileira (porque dela faz parte) sem sombra de dúvidas se emocionou ao ver a posse do primeiro “operário” a galgar o posto mais importante da política nacional – a presidência da república.

Junto com tal acontecimento, a classe trabalhadora, o operariado, os de classe mais singela e humilde tinham em si os anseios de que a partir de então as coisas iriam mudar, os salários iriam melhorar assim como as condições de vida da maioria que é minoria.

Com o passar do tempo percebemos que isso não só não aconteceu como o referido presidente e seu partido traiu a classe trabalhadora assim como traiu um projeto histórico que dizia defender, nas “épicas” (isso mesmo, “épicas”) greves que paravam o ABCD paulista, adotando o mesmo discurso neoliberal e conservador dentro da ótica de uma reestruturação produtiva daqueles que ele mesmo criticava, demonstrando que o fazia tão somente pelo interesse pútrido e fétido de obtenção do poder pessoal e partidário. O mesmo presidente que utilizou da greve para reinvidicar no passado utilizando desse direito da GREVE como um instrumento legítimo de reinvidicação da classe trabalhadora há algum tempo atrás, já no poder, em entrevista a mídia de massa declarou haver a necessidade da regulamentação da greve em função, segundo o mesmo, dos prejuízos que a mesma traz a economia, a indústria e/ou a sociedade.

Na ultima greve dos professores da rede estadual de educação da Bahia este mesmo partido representado aqui pelo seu governador não fez por menos, demitindo e perseguindo representantes de sindicatos que apoiavam a greve os quais pertenciam a partido que era base de sustentação do governo, mas que tinham membros na direção da APLB ameaça de corte de pontos etc. O mesmo governador que se elegeria sob o discurso de que condenaria os REDAS, após eleito seu primeiro ato foi promover concursos para o REDA, recurso esse que perpetua durante todo o seu mandato e que é também um recurso pífio que gera ilusão de empregabilidade, pois não dá ao trabalhador estabilidade, explorando sua mão de obra de forma fragmentada e transformando a mesma em mão de obra barata a serviço de uma pseudo-educação de qualidade. Idem no que se refere aos PST´s.

Como se não bastasse, os últimos dois anos foram marcados por indeferições de processos de enquadramento/alteração de carga horária de professores que há anos completavam suas cargas horárias com horas extras sob o discurso de uma portaria que dizia haver a necessidade de contenção de despesas por parte do setor público do estado, contenção de despesas essas que não se justifica logo em seguida esse mesmo estado contratar um sem número de coordenadores pedagógicos e de professores que custariam aos cofres muito mais do que houvesse pura e simplesmente alterado/enquadrado os profissionais com processos em andamento.

Se não bastassem os absurdos já cometidos, a secretaria da educação do estado inova mais uma vez criando a figura do “Coordenador Pedagógico Virtual”. Como assim? Eu explico: ao invés de criar concursos para coordenadores pedagógicos e investir menos em propaganda eleitoral com o dinheiro público, o Governo do Estado via Secretaria da Educação baixa portaria onde decreta que o coordenador pedagógico haveria de prestar serviços não somente a apenas uma unidade de ensino, mas a duas, três unidades e, pasmem, simultaneamente. Ora, ora... Quem tem um mínimo de leitura e entendimento dos saberes e fazeres pedagógicos e do que preconiza a didática metodológica em prol de uma educação realmente de qualidade em uma unidade de ensino, dos significados do que vêm a ser o trabalho educativo dentro da escola sabe que tal recurso fragmenta o processo de aprendizado cognitivo do educando uma vez que fragmenta o próprio cotidiano escolar e conseqüentemente as ações daquele que é uma das molas mestras da escola, um dos seus elementos fundamentais, o coordenador pedagógico, que como o próprio nome já diz, tem a função de coordenar as ações educativas da unidade escolar de ensino.

Fico me perguntando: será que a Secretaria da Educação do Estado da Bahia, que deve ter pagado muito bem ao Sr. Miguel Arroyo para ser consultor da mesma, em nenhum momento pediu uma orientação a este sobre tal iniciativa/procedimento ou será que o mesmo é e está conivente com tal situação pedagógica administrativa?  

A atual instituição do processo de Certificação pela Secretaria Estadual de Educação através dos moldes de MERITOCRACIA bem debaixo da “fuça” da representação sindical de classe dos professores do estado da Bahia, a APLB, é o novo golpe que estabelece um modelo de avanço que omite a opressão diária a qual é submetida o trabalhador da educação assim como omite a grande falta de estrutura que existe hoje na maioria das unidades de ensino da rede com seus prédios sucateados, depredados, onde ventiladores não funcionam, luzes queimadas, losas em péssimo estado de conservação e o elemento humano, o professor, desrespeitado e posto em segundo plano, onde muitas vezes precisa vender sua força de trabalho, sua “mais valia” em 60 horas semanais, a fim de ter uma vida digna, com um mínimo de conforto. Mais uma vez a idéia do sistema é a de culpar o indivíduo, o profissional da educação e não o modelo. E essa certificação consegue fazer pior, uma vez que coloca trabalhador contra trabalhador em uma mesma unidade de ensino, colegas irão fazer uma mesma prova, avaliados por uma prova que esconde uma série de subjetividades, muitas delas relatadas acima e como se uma prova avaliasse alguém.

Antes de continuar quero que me respondam a uma pergunta singela: PODE EM UMA SOCIEDADE PSEUDO-DEMOCRÁTICA E DESIGUAL SE ESTABELECER E INSTITUIR UM PROCESSO MERITOCRÁTICO COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO?  Me farei inteligível. Eu poderia, em uma sociedade que se pressupõe instituída segundo os moldes dos direitos iguais para todos os seus cidadãos, mas que na prática recrudesce aos moldes de exploração, de escalas hierárquicas e de divisões de classes como a nossa vir a cobrar MÉRITO de uma pessoa que é submetida a padrões e modelos desiguais em função de nós sabermos coexistirem na sociedade brasileira e baiana capitalista excludente de forma intrínseca a desigualdade e a diferença? Não seriam essas diferenças fruto de um modelo? De um padrão excludente? Ou o mendigo é mendigo porque gosta, porque sempre assim o quis e através de gerações e gerações fruto da ordem e da cadeia evolutiva sua árvore genealógica o fez mendigo e assim como o seu avô, seus pais e ele mesmo, necessariamente haverão de serem mendigos? Ou o tal “ser mendigo” é um resultado de um modelo? De um padrão, uma ordem social, política e econômica que nega ao indivíduo a oportunidade dele mesmo se reconhecer a partir de um referencial humano dotado de potencialidades comuns ao elemento humano, onde hajam condições coletivas que permitam a esse indivíduo o acesso a educação, saúde, moradia, empregabilidade e dignidade típicas da humanidade enquanto sujeito histórico, ser ominilateral gramscineano? 

Por isso o modelo meritocrático é desumano, injusto e serve sim a um padrão que historicamente serviu e serve ao estabelecimento de um “status quo” neoliberal, capitalista e excludente que não devia compactuar com o discurso de “uma Bahia para todos nós” ou o discurso de uma “gestão participativa e democrática” uma vez que desconsidera uma série de fatores que compõem o que vêm a ser efetivamente o significado de “mérito” dentro de uma sociedade desigual como a nossa.
É a esse modelo meritocrático que uma secretaria que se institue a fim de lidar com a categoria da Educação se reporta e adota como princípio para avaliar seus tutelados?!?!?

 Em um dos encontros regionais do CNPQ em que participei há anos atrás na UEFS tive a oportunidade de me inscrever em um GTT (Grupo de Trabalho Temático) sobre Epistemologia com a professora Cely Taffarel do LEPEL-FACED onde a mesma me trouxe dados interessantes dos quais eu jamais me esqueci.

Naquele dia, antes de falar de tais pontos, a professora Cely pontuou em sua fala que o exercício da função do trabalho do professor é uma das que mais difere das demais uma vez que a mesma não se finda em si mesmo no tempo e espaço do trabalho. Mesmo o médico, que é uma profissão estigmatizada em nossa sociedade como sendo nobre e ante as outras tidas como umas das mais importantes têm seu período de início, meio e fim, enquanto que a profissão do professor mesmo no seu momento de ócio continua em função de uma dinâmica latente, seja um dado novo em uma propagada na televisão, seja um desses “insights” dentro de uma padaria ou m uma fila de banco ou ao ler uma revista etc. o professor está sempre “ligado”, pois seu fazer assim o exige. É a dinâmica da própria Educação.

Continuando em sua fala a Professora Cely nos remete a dois pontos que considerei cruciais que tentarei, em função dos longos anos em que assisti a sua palestra, rememorar aqui: O primeiro diz respeito ao fato de que muitas vezes procuramos uma resposta sem termos uma pergunta e que a atitude primordial daquele que pesquisa ou que quer conhecer, que investiga e que produz conhecimento é saber “qual é a pergunta?”. O segundo ponto do qual também não me esqueço e que deriva do primeiro diz respeito à seguinte indagação: como um trabalhador que têm que se submeter a uma escala diária de trabalho de 15 horas (valores semelhantes ao trabalho semi-escravo do período pós-revolução industrial, séc. XVII, pasmem) pode produzir conhecimento? Em que momento esse trabalhador da educação poderá criar o ambiente necessário a relação dialógica a fim de fazer as tão necessárias perguntas e de ir ao encontro das respostas? Que tempo têm para fazer cursos, ler, estudar, participar de eventos indispensáveis ao seu labor e a sua prática e de não ser um mero reprodutor do conhecimento?

Foi por acaso que em reportagem a certa emissora de TV aqui de Feira de Santana ano passado indagado sobre o porquê da falta de qualidade e de baixos índices na educação tive a sorte de ser entrevistado e não titubeei em dizer que toda escola se não têm deveria ter seu Projeto-Político-Pedagógico uma vez que este deve ser o norte geográfico que coordena todas as ações educativas da escola, alinhados com professores, articuladores, coordenadores pedagógicos, colegiado escolar, mas que é necessário antes de qualquer coisa que haja INFRA-ESTRUTURA para que pudéssemos materializar este projeto político pedagógico e para que não houvesse a “artificialização do ensino”. EU pergunto, essa infra-estrutura existe na rede pública estadual da Bahia?

Com pouco tempo na Educação já posso perceber uma série de contradições e de relações de conflitos, de conchavos, de pistolões, de nepotismo, de desrespeito para com o professor e a velha politicagem que perdura em um modelo que está longe de ser de todos nós e muito menos democrático. E que não venham desqualificar a minha fala por conta dessa brevidade de tempo na educação pública, pois, parafraseando um ex-professor doutor do Lepel-Faced-Ufba, “Eu não preciso provar o sabor da água de todos os oceanos para saber que a mesma é salgada”

Depois desse modelo instituído de CERTIFICAÇÃO deverá vir por aí além das câmeras para filmar os alunos também vigiarem a prática pedagógica dos professores, além disso, virá em breve o “Cartão de Ponto” do professor e vão instituir a “aula cronometrada” dentro das escolas pra saberem se o professor está realmente lecionando de forma “conteudista” e com "qualidade" os 50 minutos correspondentes a duração de sua aula. Aí não haverá mais histórias “bonitinhas” como as do modelo educacional da Escola da Ponte ou textos como o “Sobre Gaiolas e Asas” do educador Rubem Alves, aquele mesmo que diz que existem escolas que dão asas e outras que são gaiolas. Pois já estaremos todos nós professores cada vez mais engaiolados e amordaçados (pois não aceitam muito menos acatam quem os critica), mudos em função de um modelo que cada vez mais piora os padrões de educação e o próprio educador na Bahia.

 

“...Temos guardado um silêncio bastante parecido com a estupidez”
(Proclamação Insurrencial da Junta Tuitiva na cidade de La Paz, em 16 de junho de 1809. In: GALEANO, Eduardo. Veias abertas da América Latina. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1979.)

Desabafo de um professor... (Mais um!!!!!!!!!)

Prezad@s amig@s

Não quero aqui insinuar que o que  falta ao atual governo baiano seja formação intelectual. Não quero, mas poderia, uma vez que nunca se viu, "na história desse país", um descaso tão grande com a qualidade
da educação na Bahia. 

Um governo que tem como carro chefe um programa de alfabetização de adultos, chamado TOPA, não pode fazer parte do mundo contemporâneo, não pode ser levado a sério. (Lembrem-se que o governado recebeu alguns mil reais para cortar a barba e doar o dinheiro ao Instituto Airton Sena). Não estou aqui contra a alfabetização de jovens e adultos que não tiveram condições de aprender a ler e escrever no tempo desejado. Mas dizer que as crianças e jovens que estão fazendo os seus cursos na idade escolar deseja não podem sofrer com a desqualificação, cada vez mais forte, da educação básica e, agora, por último, das universidades públicas estaduais.

Caminhando na contramão do governo federal, que, mesmo que ainda de forma não desejada (os hospitais universitários estão em estado de calamidade, as condições físicas dos prédios são as piores possíveis, entre outras coisas), têm procurado investir na ampliação de vagas e na reposição de perdas salariais dos professores, o Governo da Bahia "mina" as suas universidades, retirando-lhes a autonomia, pagando, aos professores, os piores salários do nordeste (não estamos comparando com as universidades públicas do sudeste e sul), sem contar a total falta de condições de trabalho. 

Por último, como se nada fosse contra a esse governo, o seu titular publica um documento congelando os salários dos professores até 2015. Tudo isso para economizar dinheiro para a Copa de 2014. (sic!).  Não há como não imaginar que o custo da corrupção para a construção das obras será grande. Além da Copa, o governo do Senhor Jacques Wagner criou mais quatro secretarias e, para o seu gabinete, em particular, criou, segundo informações dos jornais, trinta e nove cargos comissionados. Em outras palavras, é muito melhor investir na corrupção, no atendimento de interesses políticos distantes dos interesses do Estado e da própria sociedade, do que investir (no nosso caso, manter, pelo menos, o que tínhamos: o direito a reajustes anuais, autonomia das universidade, entre outros) na qualidade da educação e, em particular, manter as universidades com condições de produzir conhecimento e formar cidadãos qualificados para o trabalho e para a pesquisa. Não podemos mais suportar governos e políticos que só visam os interesses pessoais de poder. 

 A democracia no Brasil está consolidada, por isso não nos interessa mais o discurso cínico da propaganda, a negociação em forma de negociata, ações que vão de encontro ao real interesse público. Não suportamos mais o jogo autoritário com discurso farsante da democracia. Queremos governos comprometidos, realmente, com o povo, com toda a Bahia.  E para a Bahia ser de todos nos é preciso nos posicionar firmemente diante do estado político que nos encontramos, uma vez que não existe o grande salvador da pátria. É preciso educação de qualidade, fim da corrupção, investimento na saúde pública, universidades que possam contribuir com a construção de políticas públicas sérias. Só o investimento em pesquisa e em conhecimento pode fornecer os caminhos adequados para as decisões de interesse público. Não a "cabecinha" de um governo medíocre que quer destruir as suas instituições responsáveis pela formação de educação, pela produção de conhecimento, pela formação de técnicos competentes e do pensamento crítico. 
As universidades, bem como a educação básica, a saúde, entre outras áreas, não pode ficar sob a decisão de um governo que só sabe fazer política e, diga-se, uma política rasteira, atrasada, que visa um projeto de eternização de poder.

Desculpem o desabafo, mas se concordam podem passar adiante. Caso não concordem, deletem.

Abraços

Silvio Carvalho
www.palcomp3.com.br/silviocarvalho